Pragmático e programática
Uma
das frases mais divertidas da semana vem do marido de Marina, Fábio.
Foi o triunfo do pragmatismo contra o programatismo, para usar uma
empressão que a mulher de Fábio tem repetido à exaustão.
“Vou
pedir demissão não”, escreveu Fábio no Facebook. Fábio tem um bom
cargo no governo do petista de Tião Viana, no Acre. Poucos dias antes,
também no Facebook, um líder petista no Acre perguntara a Fábio se ele
não ia largar o “empregão” num partido que, segundo sua mulher, é
“chavista” e foi vital no processo de negação de registro para a Rede de
Sustentabilidade.
Pragmaticamente,
Fábio disse que fica. E programaticamente alegou que o PT no Acre é
ainda “sonhador”, ao contrário do PT nacional.
É
um episódio quase anedótico, mas que cresce em importância nas
revelações que traz com ele. Primeiro, mostra como é difícil separar o
programatismo do pragmatismo, por mais que no plano da retórica Marina
venha fazendo portentosos esforços nisso.
Segundo,
leva a uma pergunta: como a grande mídia pôde ser tão incompetente num
assunto que, afinal, está ligado às eleições presidenciais de 2014?
Jornais,
revistas, telejornais, rádios, tudo isso com exércitos copiosos de
repórteres e editores – ninguém deu a informação de que o marido de
Marina trabalha no PT. A origem da notícia está no Facebook.
A
imprensa local deu primeiro, já há alguns dias. O paradoxo da família
permaneceu ignorado da grande mídia, até que uma notinha apareceu. Num
comportamento bovino, todo mundo correu atrás – com notável lentidão.
Enfim, esta é a nossa grande mídia, aspas.
Nos
próximos dias, vai ser curioso ver a explicação que Marina dá entre
programatismo e pragmatismo quando se trata de seu próprio lar.
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