Até que enfim: em 2014, STF verá mensalão tucano
Título do Balaio de segunda-feira, 18/11/2013:
"Imprensa vai fazer força-tarefa para investigar tucanos".
Título da Folha (página A10) desta terça-feira, 19/11/2013:
"Mensalão tucano fica para início de 2014".
Para quem já tinha perdido as esperanças de que um dia este caso chegasse ao plenário do STF, trata-se de uma boa notícia, mas não tem nada a ver com o que escrevi na segunda-feira, um texto irônico sobre o diferente tratamento dado pela grande mídia nacional ao PT e ao PSDB. Tive mais sorte que o Antônio Prata: ninguém levou meu artigo a sério.
Nem teria dado tempo para a imprensa mobilizar seus esquadrões investigativos para desenterrar os processos que envolvem tucanos. Segundo o jornal, julgar o mensalão tucano ainda no primeiro semestre de 2014 "é a expectativa no gabinete do ministro Luís Roberto Barroso, atual relator do processo no STF". Barroso, o ministro mais novo do tribunal, herdou o processo que estava com Joaquim Barbosa, hoje presidente do STF, e que nunca deu maior importância ao assunto, embora o mensalão tucano, chamado na imprensa de "mensalão mineiro" ou de "valerioduto", fosse sete anos mais velho do que o petista.
Pode ser que agora o país fique sabendo o que aconteceu realmente com o uso de dinheiro público para a compra de apoio político na eleição para governador de Eduardo Azeredo, quando Fernando Henrique Cardoso era candidato à reeleição em 1998 _ ou seja, o caso já se arrasta há 15 anos.
Azeredo perdeu a eleição, hoje é deputado federal pelo PSDB de Minas e tem prazo até o próximo dia 22 para pedir providências do relator. O revisor é o ministro Celso de Mello. Ao final da tramitação, o revisor encaminha o processo ao presidente do STF, que definirá a data para levá-lo ao plenário.
***
Título do Balaio de quinta-feira passada, 14/11/2013, no dia seguinte à decisão do STF de mandar os condenados do mensalão imediatamente para a cadeia:
"Prisões do mensalão não deverão influir nas eleições de 2014".
Título da Folha desta terça-feira (página A10) sobre a nova pesquisa Ibope divulgada ontem:
"Dilma seria eleita ainda no 1º turno, diz Ibope".
De vez em quando a gente acerta.
Registre-se que a pesquisa do Ibope foi a campo entre os dias 7 e 11 de novembro, antes, portanto, da decisão do STF, mas nada indica que os números seriam muito diferentes caso o levantamento tivesse sido feito depois.
No caso da previsão de que o mensalão não deve ter maior influência nas eleições do ano que vem, baseei-me, sem nenhuma ironia, no que aconteceu nas eleições presidenciais de 2006, no auge dos ataques contra o governo, quando Lula foi reeleito por larga margem, e em 2010, em que o ex-presidente mais bem avaliado da história fez de Dilma Rousseff a sua sucessora.
Ao contrário do que poderiam esperar a oposição e a mídia aliada, todo o noticiário sobre o mensalão com críticas ao PT em nada abalou o favoritismo de Dilma em 2014: até aumentou a diferença da presidente em relação aos seus mais prováveis concorrentes, Aécio Neves e Eduardo Campos.
Dilma tinha 41% e foi para 43%, enquanto Aécio permanecia empacado em 14% e Eduardo Campos istrava uma queda de 10% para 7%, voltando a um dígito.
O que mais me chamou a atenção nesta pesquisa _ e por isso me referia Aécio e Eduardo como de adversários mais prováveis _ é que ambos ficam com índices bem abaixo das suas sombras, José Serra e Marina Silva, respectivamente. A grande disputa, pelo menos até março, abril, não vai se dar entre governo e oposição, mas dentro do PSDB e do PSB para ver quem será o cabeça de chapa.
Ontem, por exemplo, em nova pajelança tucana, desta vez em Poços de Caldas, Minas, com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador paulista Geraldo Alckmin, José Serra simplesmente fez questão de não aparecer, fato da maior relevância que a imprensa procurou esconder. E a palavra que mais se ouviu nos discursos foi "unidade". Enquanto isso, Eduardo Campos continuava sua romaria para criticar o governo em encontros com empresários e financistas de São Paulo, que têm muitos recursos, mas escassos votos.
Apesar de todo o barulho, os ventos continuam soprando a favor da presidente Dilma Rousseff, que procura manter seu governo o mais distante possível das discussões sobre o mensalão. Os números do Ibope apenas confirmam o acerto da estratégia. Resta saber como reagirão setores do PT, que vêm cobrando uma posição mais afirmativa de Dilma na defesa dos companheiros presos.
"Imprensa vai fazer força-tarefa para investigar tucanos".
Título da Folha (página A10) desta terça-feira, 19/11/2013:
"Mensalão tucano fica para início de 2014".
Para quem já tinha perdido as esperanças de que um dia este caso chegasse ao plenário do STF, trata-se de uma boa notícia, mas não tem nada a ver com o que escrevi na segunda-feira, um texto irônico sobre o diferente tratamento dado pela grande mídia nacional ao PT e ao PSDB. Tive mais sorte que o Antônio Prata: ninguém levou meu artigo a sério.
Nem teria dado tempo para a imprensa mobilizar seus esquadrões investigativos para desenterrar os processos que envolvem tucanos. Segundo o jornal, julgar o mensalão tucano ainda no primeiro semestre de 2014 "é a expectativa no gabinete do ministro Luís Roberto Barroso, atual relator do processo no STF". Barroso, o ministro mais novo do tribunal, herdou o processo que estava com Joaquim Barbosa, hoje presidente do STF, e que nunca deu maior importância ao assunto, embora o mensalão tucano, chamado na imprensa de "mensalão mineiro" ou de "valerioduto", fosse sete anos mais velho do que o petista.
Pode ser que agora o país fique sabendo o que aconteceu realmente com o uso de dinheiro público para a compra de apoio político na eleição para governador de Eduardo Azeredo, quando Fernando Henrique Cardoso era candidato à reeleição em 1998 _ ou seja, o caso já se arrasta há 15 anos.
Azeredo perdeu a eleição, hoje é deputado federal pelo PSDB de Minas e tem prazo até o próximo dia 22 para pedir providências do relator. O revisor é o ministro Celso de Mello. Ao final da tramitação, o revisor encaminha o processo ao presidente do STF, que definirá a data para levá-lo ao plenário.
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Título do Balaio de quinta-feira passada, 14/11/2013, no dia seguinte à decisão do STF de mandar os condenados do mensalão imediatamente para a cadeia:
"Prisões do mensalão não deverão influir nas eleições de 2014".
Título da Folha desta terça-feira (página A10) sobre a nova pesquisa Ibope divulgada ontem:
"Dilma seria eleita ainda no 1º turno, diz Ibope".
De vez em quando a gente acerta.
Registre-se que a pesquisa do Ibope foi a campo entre os dias 7 e 11 de novembro, antes, portanto, da decisão do STF, mas nada indica que os números seriam muito diferentes caso o levantamento tivesse sido feito depois.
No caso da previsão de que o mensalão não deve ter maior influência nas eleições do ano que vem, baseei-me, sem nenhuma ironia, no que aconteceu nas eleições presidenciais de 2006, no auge dos ataques contra o governo, quando Lula foi reeleito por larga margem, e em 2010, em que o ex-presidente mais bem avaliado da história fez de Dilma Rousseff a sua sucessora.
Ao contrário do que poderiam esperar a oposição e a mídia aliada, todo o noticiário sobre o mensalão com críticas ao PT em nada abalou o favoritismo de Dilma em 2014: até aumentou a diferença da presidente em relação aos seus mais prováveis concorrentes, Aécio Neves e Eduardo Campos.
Dilma tinha 41% e foi para 43%, enquanto Aécio permanecia empacado em 14% e Eduardo Campos istrava uma queda de 10% para 7%, voltando a um dígito.
O que mais me chamou a atenção nesta pesquisa _ e por isso me referia Aécio e Eduardo como de adversários mais prováveis _ é que ambos ficam com índices bem abaixo das suas sombras, José Serra e Marina Silva, respectivamente. A grande disputa, pelo menos até março, abril, não vai se dar entre governo e oposição, mas dentro do PSDB e do PSB para ver quem será o cabeça de chapa.
Ontem, por exemplo, em nova pajelança tucana, desta vez em Poços de Caldas, Minas, com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador paulista Geraldo Alckmin, José Serra simplesmente fez questão de não aparecer, fato da maior relevância que a imprensa procurou esconder. E a palavra que mais se ouviu nos discursos foi "unidade". Enquanto isso, Eduardo Campos continuava sua romaria para criticar o governo em encontros com empresários e financistas de São Paulo, que têm muitos recursos, mas escassos votos.
Apesar de todo o barulho, os ventos continuam soprando a favor da presidente Dilma Rousseff, que procura manter seu governo o mais distante possível das discussões sobre o mensalão. Os números do Ibope apenas confirmam o acerto da estratégia. Resta saber como reagirão setores do PT, que vêm cobrando uma posição mais afirmativa de Dilma na defesa dos companheiros presos.
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