O presidente de Cuba, Raúl Castro, declarou, nesta quarta-feira (29), que não é o seu país que "tem que fazer gestos" em relação aos Estados Unidos, uma referência ao discurso do presidente norte-americano, Barack Obama, que condicionou qualquer mudança no bloqueio à ilha a um "gesto" de Cuba. Ao iniciar uma reunião ministerial do Movimento de Países Não-Alinhados, Raúl destacou que seu país não é o agressor e cobrou o fim do embargo.
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"Cuba não impôs sanção alguma contra os Estados Unidos nem contra seus cidadãos. Não é Cuba que tem que fazer gestos", assegurou o presidente, reiterando sua oferta de diálogo com os EUA, desde que em pé de igualdade.
Raúl Castro considerou positiva a suspensão das restrições às viagens e o envio de dinheiro aprovados pelo presidente Barack Obama, mas assinalou que essas medidas têm um alcance mínimo.
Esta é a primeira reação direta do governante cubano ante as reivindicações de Obama durante a recente Cúpula das Américas em Trinidad e Tobago. O presidente dos EUA citou, como exemplo de uma ação que poderia vir de Cuba, a libertação de presos políticos.
"Não é Cuba que impede aos empresários desse país de fazer negócios conosco, não é Cuba que persegue as transações financeiras realizadas pelos bancos americanos, não é Cuba que tem uma base militar em território dos Estados Unidos contra a vontade de seu povo. Portanto, não é cuba que tem que fazer gestos", enfatizou Raúl.
De acordo com ele, não existe "pretexto político ou moral" que justifique a manutenção da política dos EUA em relação à ilha. "Reiteramos que estamos dispostos a falar com todo o governo dos Estados Unidos, em igualdade de condições, mas não a negociar a soberania nem nosso sistema político e social, o direito à autodeterminação, nem nossos assuntos internos", reiterou.
Crise
Censurando a "solução negociada" pelo G-20, Raúl Castro também defendeu uma "ação conjunta", com a participação "democrática" de todos os países, para resolver a crise internacional. "A superação da crise demanda uma ação concertada. A resposta a ela não pode ser uma solução negociada pelos governantes dos países mais poderosos", colocou.
Para ele, a proposta do G20 de fortalecer o papel e as funções do Fundo Monetário Internacional (FMI) não resolve "a desigualdade, a injustiça e a insustentabilidade do atual sistema".
Com Ansa
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