segunda-feira, 20 de abril de 2009

RACISMO - EUA não vão participar da próxima reunião da ONU sobre o tema.

Lamentável sob todos os aspectos essa decisão do governo americano, que também boicotou a anterior realizada na África do Sul em 2001.
Carlos Dória

EUA não participam na Conferência Mundial Contra o Racismo.

A administração Obama diz que a declaração da Conferência apenas destaca um dos lados do conflito israelo-palestiniano
Os Estados Unidos anunciaram este domingo que não vão participar na Conferência Mundial contra o racismo, organizada pela ONU e que se realiza entre 20 e 24 de Abril, em Genebra. A administração Obama não concorda com passagens da declaração que servirá de base à discussão, por serem "demasiado pró-palestinianas". A Organização Não Governamental Human Rights Watch considerou "decepcionante" a decisão de Obama.

A decisão foi anunciada pelo porta-voz do departamento de Estado norte-americano. Segundo Robert Woods a declaração contém passagens sobre o conflito israelo-palestiniano que os EUA "não podem aceitar".

Recorde-se que os Estados Unidos e Israel bateram com a porta na anterior e histórica Conferência da ONU contra o racismo, que se realizou em 2001 em Durban, África do Sul, após debates acesos com os países árabes sobre o tratamento dos palestinianos por Israel. Na altura, a administração Bush acusou os Estados Árabes de tentarem inscrever o sionismo como uma forma de racismo.

Oito anos depois, na segunda conferência contra o racismo, a história repete-se. Segundo Woods, se Washington "aplaude os progressos" realizados no novo projecto de declaração final, "melhorada de maneira significativa" em relação às versões anteriores, esta ainda não responde à apreensão norte-americana. "O texto contém passagens que reafirmam inteiramente a declaração Durban e o Programa de acção de 2001, que os Estados Unidos anunciaram há algum tempo que não podem apoiar", declarou no comunicado.

Isto apesar dos esforços da ONU em amaciar a declaração sobre o conflito entre Israel e a Palestina, suprimindo quase todas as referências a Israel. Mesmo assim, a declaração não agrada aos EUA porque "destaca apenas uma parte do conflito". Outro dos motivos indicados pela administração Obama para se ausentar da conferência é o facto de o texto prever a condenação de difamações religiosas, uma passagem considerada pelos EUA como "atentatória do direito à liberdade de expressão".

Também a Austrália e o Canadá se juntaram aos EUA na recusa de participação na conferência "com o receio de que o encontro possa servir para atacar Israel".

A Organização Não Governamental Human Rights Watch considera a decisão de Obama "decepcionante" e que desta forma a Conferência perde o peso político que merecia.
Fonte:Esquerda.net

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