A chegada de Barack Obama ao poder não mudou as práticas de abuso que ocorrem diariamente em Guantánamo, denunciou um dos presos, Mohamed el Gharani, na primeira entrevista que um detido daquele campo conseguiu dar à imprensa - no caso, à rede de TV do Qatar Al Jazira. Dias depois da tomada de posse de Obama, el Gharani foi espancado.
Mohamed el Gharani aproveitou-se do facto de ter sido transferido para uma parte do campo de detenção para onde vão os detidos que receberam ordem de libertação, e onde gozam de alguns privilégios, para telefonar a um operador de câmara da rede de TV, que gravou a conversa.
El Gharani, nascido do Chade, foi preso pela polícia paquistanesa em 2001 e passou a estar, um ano depois, sob custódia dos Estados Unidos, que o acusaram de pertencer à Al-Qaeda e de ter colaborado com os taliban. Foi um dos primeiros a chegar a Guantánamo, e tem entre 21 e 23 anos.
Em Janeiro, um juiz dos EUA ordenou a sua libertação, por falta de provas.
Mas dias depois da posse de Obama, um grupo de seis soldados entrou na sua cela e espancou-o com um bastão de borracha. "Esvaziaram sobre mim duas garrafas de gás lacrimogéneo", disse. "Eu gritava e perguntava ao supervisor o que estavam a fazer e ele disse que estavam a fazer o seu trabalho".
Ainda há 240 presos em Guatánamo.
Fonte:Esquerda.net
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