quinta-feira, 23 de abril de 2009

MÍDIA - A mídia em debate.

Como está dito abaixo, a nossa mídia está longe de refletir a enorme pluralidade dos interesses existentes em nossa sociedade.Esta mais do que nunca, tem a necessidade da existência de um forte sistema de comunicação anti-monopolista.
Carlos Dória

Carta Maior cumpre mais uma vez sua determinação de contribuir para a discussão dos desafios brasileiros ao promover um debate sobre a mídia em nosso país. Hoje, mais que nunca, a pertinência desse tema tornou-se imperativa na pauta dos interesses acadêmicos, profissionais e políticos. Vivemos um momento singular da sociedade brasileira e mundial. A história apertou o passo. A crise internacional jogou uma transparência vertiginosa sobre mitos e dogmas que formavam o núcleo duro da hegemonia conservadora, abrigada sob o genérico guarda-chuva do 'neoliberalismo'. Quase todos os dias, não raro várias vezes num mesmo dia, a realidade das falências, fraudes e calamidades produzidas pelo colapso dos mercados desregulados desmente rios de tintas, e florestas inteiras de papel jornal utilizados nas últimas décadas. O pensamento crítico e a universidade devem à cidadania o garimpo meticuloso do material tóxico constituído de mitos, mentiras e dissimulações vocalizados pela usina midiática nesse período. Tudo o que era sólido se desmancha no ar. O esfarelamernto do 'cuore' midiático, porém, longe de inaugurar um ciclo de auto-crítica do jornalismo brasileiro, acionou uma radicalização antecipada da disputa por 2010. O engajamento das manchetes sobe de tom diariamente. Não o engajamento legítimo, assumido e transparente que Carta Maior defende e respeita. Mas, sim, uma fantasia de verdade. Beneficiada pelo quase oligopólio sobre a formação da opinião pública, ela subordina os interesses gerais da sociedade aos interesses particularistas encastelados na chamada grande imprensa. Episódios como a fraude recente cometida pelo jornal Folha de São Paulo, em reportagem que envolveu o jornalista Antonio Roberto Espinoza, e a ministra Dilma Roussef, sinalizam -- ao que tudo indica-- a exacerbação de um método. Não um tropeço na prática do conservadorismo. A crise, portanto, agudiza conflitos e vulnerabilidades de um sistema de comunicação que nunca refletiu a pluralidade dos interesses sociais. Mas que agora se torna ainda mais estreito e pernicioso. Assim como os governos buscam ferramentas anti-cíclicas para enfrentar o colapso dos mercados, a sociedade necessita, urgentemente, fortalecer sistemas de comunicação anti-monopolistas. Do contrário, a evidente derrota da agenda conservadora evidenciada pela crise mundial, será rebaixada ou reescrita, com requintes de uma novilíngua, para beneficiar candidaturas representativas dos seus interesses em 2010. Esse é o desafio que motivou Carta Maior a organizar esse evento, convidando alguns dos mais expressivos nomes do jornalismo e da academia brasileira e um destacado professor da Universidade de Buenos Ayres. Temos a certeza de que este encontro contribuirá para ampliar a frente de forças progressistas sobre a qual recai a inadiável tarefa de reforçar a democracia, alargando a pluralidade do jornalismo posto a serviço da sociedade brasileira.

O que: A Mídia em Debate

Quando: Sexta-feira, 24 de abril

Onde: Hotel Macksoud Plaza (Alameda Campinas, 150, São Paulo-SP)

Horário: 19h00

Transmissão ao vivo pela TV Carta Maior

Participam:
Laurindo Leal Filho
Professor da Universidade de São Paulo-SP

Venício Lima
Pesquisador da Universidade de Brasília – UnB

Luis Nassif
Jornalista

Damian Loreti,
Professor da Universidade de Buenos Aires – Argentina

Participações Especiais:

Antonio Roberto Espinosa,
Professor da Escola Pós-Graduada de Ciências Sociais (FESP) e da Escola Superior Diplomática

Ivan Seixas
Jornalista
Fonte:Agência Carta Maior.

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