quarta-feira, 29 de abril de 2009

A SEMANA SEVERINA DE GABEIRA (ou nada um dia depois do outro)

Enviado pelo Saraiva do blog Saraiva 13.

textos extraídos do site de CartaCapital


Assim a “elite branca”, como definiu o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo, ficará sem heróis. Na terra de ninguém chamada Congresso Nacional, a última bala perdida atingiu em cheio o neomoralista Fernando Gabeira (PV-RJ), porta-voz da indignação seletiva dos frequentadores dos calçadões da zona sul carioca e das ruas arborizadas de São Paulo. O deputado também cometeu o pecado venial do patrimonialismo e cedeu passagens pagas pelo Erário a parentes e amigos.

Preso à personagem (quem não se lembra do telecatch com um segurança do Congresso quando, ao lado do colega Raul Jungmann, o parlamentar tentou invadir a sessão que tratava da cassação do senador Renan Calheiros?), Gabeira não teve outra saída a não ser autoimolar-se em praça pública. Reconheceu o erro, declarou-se envergonhado e prometeu iniciar uma cruzada (Deus tenha piedade dos cruzados brasileiros) para moralizar o Parlamento. Recebeu, em troca, a condescendência que a mídia não tem dispensado a outros deputados e senadores que cometeram falhas tão ou menos graves.

Quem saboreou o gosto frio da vingança foi o ex-deputado Severino Cavalcanti (PP-PE). Em 2005, quando Severino elegeu-se presidente da Câmara, após uma articulação nos bastidores comandada por Fernando Henrique Cardoso, Gabeira fez um discurso à medida do intelecto do eleitor zona sul. “A sua presença na presidência da Câmara é um desastre para o Brasil e para a imagem do País”, bradou o parlamentar do PV. Hoje prefeito de João Alfredo, no interior de Pernambuco, Severino afirmou à revista eletrônica Terra Magazine: “A sociedade fica bajulando ele. Esta sociedade é que não está bem. Ele merecia o desprezo”.

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O novo Gabeira

Foi marcante o depoimento do deputado Fernando Gabeira, dado ao GloboNews, no sábado 4, sobre a morte do jornalista Márcio Moreira Alves.

Ele só se referiu à ditadura como “governo militar”.

Nesse ritmo, não será surpresa se Gabeira passar a chamar o golpe de 64 de revolução.

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