Por Gabriel Madway
SAN FRANCISCO (Reuters) - Uma nova categoria de netbooks, microcomputadores portáteis menores e mais baratos, pode abalar a estrutura do setor de tecnologia da informação este ano, e tem o potencial de trazer novos concorrentes para um mercado já altamente competitivo.
A maior mudança nos computadores de tamanho reduzido estará naquilo que eles não terão: chips da Intel ou o sistema operacional Microsoft Windows, que dominam os atuais netbooks.
Os novos netbooks, que consomem menos energia, utilizarão a plataforma de processamento ARM, de baixo consumo, que hoje equipa nove em cada 10 celulares, em lugar do chip Intel Atom, que segue a arquitetura x86. A ARM Holdings licencia o uso de sua tecnologia para chips.
Até 10 modelos de netbooks equipados com chips ARM podem chegar ao mercado este ano, de acordo com a própria companhia, que se recusou a identificar os fabricantes específicos. Grandes fabricantes de computadores e os produtores terceirizados asiáticos estão igualmente interessados, disseram analistas.
Rob Enderle, analista do Enderle Group, classificou os novos netbooks como "profundamente incômodos" para a estrutura atual, afirmando que "esse é um mercado que coloca em risco a estrutura atual do setor de computadores pessoais".
Embora os analistas digam ainda não ser claro se os consumidores adotarão com entusiasmo as novas máquinas ARM, o seu interesse foi despertado pela ênfase em eficiência energética, por preços que começam em 200 dólares e pela promessa de computação a qualquer lugar e a qualquer hora, em máquinas pequenas o bastante para caber em uma bolsa.
O que termina sacrificado é a familiaridade dos usuários com as interfaces convencionais dos computadores pessoais e seu imenso poder de processamento. Os netbooks Atom atuais, vendidos por entre 300 e 400 dólares, servem principalmente para acesso à Internet e para aplicativos que não requeiram recursos gráficos sofisticados.
"Estamos bem no meio de uma imensa virada no mercado", disse Eric Openshaw, líder de tecnologia da Deloitte nos Estados Unidos.
Fonte:Reuters
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