Blog do Rovai.
O candidato José Serra não deve ter lido o post anteior que está aí embaixo, mas certamente entendeu os recados dados por Paulo Preto na entrevista à Folha, por isso mudou o tom do seu discurso.
1) No debate, ele não respondeu a fala de Dilma e depois do final do encontro afirmou não conhecer a pessoa citada.
2) Em Goiânia, ontem, Serra disse que a história se tratava de um factóide e que não conhecia Paulo Preto.
3) O discurso mudou depois da entrevista que Paulo Preto deu à Folha, como você pode ver na matéria publicada no Terra Magazine há pouco. Destaquei um dos trechos:
por Marcela Rocha
Direto de Aparecida
(…)
No início da tarde desta terça-feira, Serra alegou que Preto nunca trabalhou na arrecadação de verba para financiar a campanha e desmentiu a matéria da revista Istoé, onde o engenheiro era acusado de ter procurado empresários e pedido colaboração para a campanha, para depois sumir com o dinheiro.
O tucano garante que “em absoluto, não houve nada parecido”. Ele também afirmou que a acusação contra o ex-diretor é “injusta” e assegurou não ter havido nenhum desvio por parte de ninguém em sua campanha. “Isso tinha sido uma bobagem que saiu numa reportagem de uma revista, inclusive, tratando Paulo Souza de maneira preconceituosa, com um apelido preconceituoso”, afirmou, dizendo ainda que “só sabia que o engenheiro era muito competente e que nunca ouviu nenhuma acusação sobre ele”.
Questionado sobre o tom de ameaça da entrevista de Preto à Folha de São Paulo, Serra respondeu: “acho curioso dar para esse fato uma importância que, de fato, ele não tem”. Por diversas vezes, o candidato se esquivou das perguntas relacionadas a esse assunto afirmando que não leu a entrevista. As respostas eram substituídas por ataques a Dilma. “Eu fico curioso porque a preocupação de Dilma Rousseff é com problemas internos da nossa campanha, enquanto a nossa preocupação com desvios é na Casa Civil, com o dinheiro público dos contribuintes”, disse o tucano. Em outra oportunidade, afirmou: “Isso é fantasia pura e falta de assusto por parte da candidata (Dilma)”.
Sobre o fato de não ter rebatido a acusação no debate de domingo, Serra se explicou: “a candidata colocou isso no final de uma resposta dela (da tréplica) e eu não tinha, no momento seguinte, a palavra para falar”.
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Será que o Serra entendeu o recado do Paulo Preto?
12 de outubro de 2010 às 14:02 9 Comentários
A entrevista que o ex-diretor de Engenharia da Dersa Paulo Vieira de Souza, mais conhecido por Paulo Preto no folclore político, deu à Folha de hoje e que está no Uol é pra ser lida nos detalhes. Por isso, destaquei e comento quatro trechos.
Trecho 1
Eu gostaria que ela (Dilma) provasse que eu sumi com o dinheiro e gostaria que o candidato Serra se posicionasse e dissesse se eu sumi com o dinheiro, porque ele é bem informado sobre minhas ações no governo. Por que eu? Porque eu cuidei das maiores obras. Fiz, paguei, terminei no prazo, os empresários tiveram lucro e doaram para a campanha muito mais do que R$ 4 milhões _isso é irrisório perto do que eles doaram.
(Fica claro que a pressa em entregar certas obras guardava relação com o calendário das eleições. Mesmo nessas grandes licitações a maior parte dos pagamentos fica reservada para a entrega das obras. O que Paulo Preto quer dizer é que ele fez o que tinha de ser feito. E as empresas mandaram para o caixa – independente se oficial ou não – do PSDB o que haviam prometido. É uma declaração evidente de superfaturamento da obra. Cadê o Ministério Público Paulista? Isso merece investigação urgente.)
Trecho 2
Não somos amigos, mas ele [Serra] me conhece muito bem. Até por uma questão de satisfação ao país, ele tem que responder. Não tem atitude minha que não tenha sido informada a ele. Acho um absurdo não ter resposta, porque quem casa consente.
(Serra disse ontem em Goiânia que não conhece Paulo Preto e que se trata de um factóide. Hora do candidato se explicar. E pra bom entendedor Paulo Preto tá metendo o dedo na cara do ex-governador quando diz “não tem atitude minha que não tenha sido informada a ele”. Ou seja, Paulo Preto estaria querendo dizer algo como “se arrecadei ele sabe de tudo…” )
Trecho 3
(…) O povo não podia entrar no Palácio [do Planalto]. Eu disse: “Aloysio, o povo tem que entrar no Palácio”. É isso que esse presidente [Lula] faz. É o “Cara”. E não sou eu quem diz isso, é o [presidente dos EUA,] Barack Obama.
(Aqui Paulo Preto elogia Lula, você acha que ele fez isso à toa, só por bom mocismo)
Trecho 4
Aloysio é o braço direito do Serra, o número um. O Aloysio foi o braço direito dele. É impossível ter acontecido alguma coisa nesse governo Serra sem Francisco Vidal Luna, [secretário de Planejamento]. Aliás, governo Serra é Francisco Vidal Luna, Mauro Ricardo, [secretário de Fazenda] e Aloysio Nunes Ferreira. Só a eles que que me reportava. Mais ao Luna, que é técnico, menos ao Aloysio, que é político.
(Paulo Preto não enfileirou nomes à toa. Ele está dando um recado direto ao tucanato…Qual o recado? Eu desconfio que eles entenderam.)
Fonte:Blog do Rovai.
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