| Documentos comprovam apoio dos EUA ao golpe de Pinochet.
Mais de 20 mil documentos que demonstram a intervenção dos Estados Unidos no golpe militar contra o ex-presidente chileno Salvador Allende foram entregues ao Museu da Memória e dos Direitos Humanos, em Santiago.
Durante a apresentação dos arquivos antes secretos, Peter Kornbluh, diretor do Chile Documentation Project do National Arquive, da Universidade George Washington, qualificou o ex-secretário de Estado norte-americano, Henry Kissinger, como o arquiteto dos planos dos EUA contra Allende.
"Kissinger era a pessoa responsável por ajudar, econômica e militarmente, Augusto Pinochet a consolidar seu regime", sublinhou Kornbluh, autor de vários livros sobre a ditadura militar chilena (1973-1990).
Entre os arquivos, há transcrições de conversações entre Pinochet e o ex-chefe da polícia secreta, Manuel Contreras, alusivas ao assassinato do ex-chanceler chileno, Orlando Letelier.
"Estes documentos devem contribuir para fazer avançar a justiça e a dignidade no Chile", disse Kornbluh.
A documentação também reúne conversas, datadas de junho de 1976, entre o general Pinochet e Henry Kissinger, na qual este explicita seu apoio. “Desejamos que o seu governo seja próspero. Queremos ajudar-lhe e não obstruir seu trabalho”, disse Kissinger a Pinochet, minutos antes de pronunciar um discurso sobre Direitos Humanos ante a Organização dos Estados Americanos (OEA).
"Obviamente os textos têm um valor especial em determinados casos de pesquisas oficiais. Agora existe um banco de dados que poderá ajudar na busca por informação mais detalhada", acrescentou.
No ato de entrega da documentação a diretora do Museu da Memória e os Direitos Humanos, Romy Schmidt, destacou o significado da doação que possui referências históricas em torno da cumplicidade de Estados Unidos no apoio ao regime militar no Chile.
Com agências
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