Essa discussão sobre CPMF envolve muita hipocrisia. Se o Serra ganhasse, tb lutaria pela volta desse imposto.A oposição por picuinha, para dizer que derrotou o Lula, derrubou esse imposto, que além de uma alíquota irrisória, atingia uma parcela ínfima da sociedade. Além disso, ajudava a combater a sonegação.
Ví o antigo ministro Jatene cobrar em público de dirigentes da FIESP, a irresponsabilidade e falta de sensibilidade social, pois a derrubada desse imposto, prejudicava milhões de brasileiros dependentes únicamente do SUS. Ainda tiveram a coragem de dizer que o valor da cesta básica cairia com a queda do imposto. Vi tb o Lula cobrando dos empresários sobre essa declaração.
A Dilma pode até propor a volta desse imposto, cuja aprovação depende do Congresso. Mas não está sozinha nessa parada. Ela nem tomou posse e já está sendo atacada. Será que vão fazer com ela o que fizeram com o Lula durante todo o seu governo? Como vocês podem vêr pelas matérias que coloco a seguir, até o pessoal do PSDB quer a volta desse imposto.
abç dória
Governadores (até do PSDB) querem rever CPMF.
Passada as eleições, vê-se que o fim da CPMF foi pura maldade da oposição demo-tucana, sem qualquer benefício real para a população.
Agora, a maioria dos governadores se articulam para recriar algum mecanismo de financiamento da saúde semelhante à CPMF.
Até o tucano Teotonio Vilela Filho, reeleito no domingo ao governo de Alagoas, embora cauteloso, vê a medida como positiva: "Isso interessa aos governadores, sem dúvida", disse Vilela.
O governador reeleito de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB) disse ser favorável a reposição de algo como a CPMF:
- Quando a matéria foi discutida três anos atrás, a maioria esmagadora dos governadores se posicionou publicamente a favor, tendo em vista a necessidade sempre de termos financiamento para a questão da saúde. E naturalmente será esse também o nosso comportamento, mas sabendo que é uma matéria de competência do governo federal por se tratar de uma contribuição federal. Naturalmente, a matéria ainda está começando agora, isso vai ser discutido à exaustão, mas não nos furtamos a discutir sempre com muito empenho para ajudar o país e o estado - justificou Anastasia.
Wilson Martins (PSB), governador reeleito do Paiuí, defende um instrumento de financiamento ao setor da saúde, uma espécie de "Fundo", nos moldes da CPMF.
Eduardo Campos (PSB), reeleito em Pernambuco, é e foi defensor da CPMF mesmo durante o processo de extinção do tributo.
O governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), também defendeu a volta da CPMF. "Sou favorável à CPMF desde pequeno", afirmou. Para o futuro governador petista, o tributo é "limpo" ao facilitar o acompanhamento das movimentações financeiras e também é "justo" porque é utilizado diretamente para financiar a saúde. Ele disse ainda que a derrubada da contribuição, no fim de 2007, foi um "erro" do Congresso.
O governador eleito do Amapá, Camilo Capiberibe (PSB), é favorável ao retorno da cobrança do tributo para financiar a saúde. "É importante porque temos hospitais geridos pelo Estado com recursos do SUS", disse.
A discussão do retorno da contribuição está mais azeitada entre governadores do Nordeste, que pleiteiam a discussão imediata sobre o financiamento à saúde.
Wilson Martins (PSB/PI) já tratou do assunto em reunião com Eduardo Campos (PSB/PE) e com os governadores reeleitos da Bahia, Jaques Wagner (PT); do Ceará, Cid Gomes (PSB). Também participou da reunião outro governador do PSB eleito em 2010, Renato Casagrande, do Espírito Santo.
O que está claro é que a CPMF faz falta para a saúde pública e não impactou na diminuição de preços, nem trouxe benefícios ao bolso do cidadão. Não era hora de acabar com o tributo.
PSB diz que espera poder ajudar Dilma e sugere volta da CPMF.
Os socialistas reunidos nesta quinta-feira (4) em Brasília para avaliar o resultado das eleições, adiantaram que vão esperar a presidente eleita Dilma Rousseff se manifestar sobre qual a ajuda que espera receber do Partido, sem cobrar ministérios. Os seis governadores eleitos pelos PSB também confirmaram a ideia de que o novo governo deve estudar uma fonte de financiamento para a saúde, como a recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
"É um sacrificiozinho muito pequeno para cada brasileiro em nome de um grande número de brasileiros que precisa dos serviços de saúde e precisa que esses serviços sejam de qualidade", disse o governador eleito do Ceará, Cid Gomes.
Leia também: Governadores da base vão negociar nova CPMF
Além dos membros da Executiva Nacional e dos governadores, participam da reunião os deputados e senadores eleitos e reeleitos do Partido. Além dos seis governadores (AP, PI, CE, PB, PE e ES), o PSB elegeu 35 deputados federais e 4 senadores.
“Será um importante momento para avaliarmos todo o êxito alcançado tanto em primeiro quanto em segundo turno nas eleições deste ano”, afirmou o primeiro secretário Nacional do PSB, Carlos Siqueira.
O presidente nacional do PSB e governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos, também reclamou da falta de recursos para a saúde". "Essa é uma questão que está na ordem do dia. Se precisar ser em parte ou totalmente a CPMF, vamos fazer isso, porque depois que baixou a CPMF não vi cair o preço de nada", disse Eduardo Campos.
"Saúde hoje é grave questão nas contas dos municípios e dos Estados. Temos recebido diária para UTI de R$500. Em Pernambuco só conseguimos contratar por algo em torno de R$1.400", exemplificou o governador. "É uma questão do mundo real", completou Campos, destacando que o subfinanciamento do setor chega a R$51 bilhões.
O senador Renato Casagrande, eleito governador do Espírito Santo, defendeu a criação de novos tributos dentro da discussão da reforma tributária. "Porque você onera de um lado e desonera de outro", explicou. "É uma questão para nós governadores, prefeitos da população brasileira, que a gente tenha mais recurso para saúde. Temos de ver alternativas. Que precisamos de mais recursos para saúde é um fato", disse Casagrande.
A presidente eleita Dilma Rousseff declarou, em entrevista coletiva à imprensa, que não pretendia enviar ao Congresso Nacional projeto de recriação da CPMF, mas reconhecia a mobilização dos governadores nesse sentido. "Não pretendo enviar um projeto de recomposição da CPMF. Mas tenho visto uma mobilização de governadores nessa direção", disse a presidente eleita.
Sem constrangimentos, com naturalidade
Os dirigentes do PSB não quiseram falar sobre a participação da legenda em ministérios do governo da presidente eleita Dilma Rousseff. Atualmente o partido dirige o ministério dos Portos e de Ciência e Tecnologia. Segundo Eduardo Campos, “essas coisas serão definidas quando a presidente voltar de viagem que está fazendo".
Ele disse que cabe à presidente eleita "montar uma equipe que tenha identidade" com o estilo de trabalho dela. "Interesse do PSB é ajudar a Dilma. Não queremos constranger com indicações, exigências. Temos confiança nela", completou Eduardo Campos. "Nunca fomos de constranger para trocar apoio político por esse ou aquele cargo. Quando ela achar o tempo devido, vai chamar o PSB e dizer onde quer que a
gente participe", disse.
Casagrande disse que as conversas devem ter outra direção. Ao invés de discutir-se quais as pastas que o PSB quer, primeiro Dilma deve dizer em quais setores o PSB pode dar maior contribuição.
"A presidente Dilma tem que imaginar cenário que lhe dê sustentação política. Nosso objetivo é dar sustentação, mostrar eficiência do PSB e com naturalidade vamos debater participação do PSB no governo", disse. "Temos que ver onde o PSB pode contribuir mais na visão da presidente, temos que inverter essa discussão", completou Casagrande.
O deputado federal reeleito Valtemir Pereira, presidente do PSB em Mato Grosso, ao contrário dos colegas, disse claramente quais os órgãos de interesse do partido. "Em primeiro lugar, por ordem de interesses, Cidades, depois Integração Nacional, Ciência e Tecnologia e por último BNDES", elencou.
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