quinta-feira, 25 de novembro de 2010

MÍDIA - A crítica de Dora Kramer à coletiva aos blogueiros.


Blog de luisnassif.
O artigo de Dora Kramer no Estadão - criticando a entrevista de Lula aos blogueiros - lembra em tudo a reação dos diversos setores do país com a ascensão de novos personagens invadindo a sua praia. Pega-se qualquer motivo para criticar, com um tom superior tipo "olha quem está querendo invadir nossa seara".

Foi assim que ela resolveu ensinar direito ao jovem blogueiro que tem se destacado por seu conhecimento jurídico - mesmo tendo posições um tanto radicais.

Confira o trecho da crítica (íntegra do artigo aqui):

Nas entrevistas tradicionais, em que não há seleção ideológica, não se vê, por exemplo, o entrevistado precisar corrigir o entrevistador que estranha o fato de as indicações ao Supremo Tribunal Federal não terem deixado a Corte com "a cara do governo Lula".

"Graças a Deus o Supremo não ficou com a cara do governo", respondeu o presidente a um rapaz que se identificou como representantes de um "blog jurídico", ensinando-lhe, em seguida, algo sobre a independência dos poderes inerente à República.

Uma pergunta é relevante pela resposta que arranca. No caso, a pergunta permitiu a Lula esclarecer compromissos republicanos de seu governo nas indicações ao Supremo.

Até pouco tempo atrás Dora não conhecia essa linha de pensamento de Lula. Se conhecesse, certamente não escrevia o que escreveu em 15 de outubro do ano passado, sob o título "Uma Nação de cócoras":

Lula controla o Congresso, indicou quase todos (7 dos 11) ministros do Supremo Tribunal Federal, fez a Petrobras retroceder aos tempos de controle político e agora quer dar um chega para lá em Roger Agnelli, porque o presidente da Vale não lhe presta a reverência exigida.

É por essas e muitas outras que o presidente da República vocifera contra os “excessos” do Tribunal de Contas da União. À exceção de seu ex-ministro das Relações Insti­­­tucionais José Múcio Monteiro, Lula não conseguiu emplacar uma indicação ao TCU.

Graças à pergunta do Túlio Vianna, Dora corrigiu o que pensava sobre as indicações de Lula ao Supremo.

Tomo emprestada uma frase de efeito de Dora:

Cada um fala com quem quer, mas respeito, inclusive aos fatos, é bom e todo mundo gosta.

Só assisti o início da entrevista. Mas pela matéria do Estadão - "A blogueiros, Lula crítica mídia antiga", a entrevista trouxe as seguintes novidades, impensáveis em uma coletiva convencional de Brasília:

* Sua opinião sobre a Internet como fator moderador da velha mídia.

* Sua opinião sobre o capital estrangeiro na mídia. Um dos temais mais controversos do momento - que envolve diretamente interesses da velha mídia - e só se soube a opinião de Lula em uma coletiva de "blogueiros sujos".

* a posição do governo em relação aos arquivos sobre o Araguaia.

* o pior momento de seu governo, quando durante um mês a velha mídia tentou explorar politicamente o acidente com a TAM em Congonhas. Quem desarmou a farse foi a blogosfera, inclusive marcando definitivamente Ali Kamel como o "testador de hipóteses"

* sua posição clara em relação ao Plano Nacional de Direitos Humanos.

Por razões inexplicadas, a reportagem não colocou suas gozações sobre a bolinha de papel que afundou a testa de José Serra.

O primeiro comentário colocado debaixo do artigo de Dora foi o seguinte:

Bad Streaming
Comentado em: Militância digital

25 de Novembro de 2010 | 8h47

Jornalismo é negocio como outro qualquer. Grupos de midias estão defendendo o seu, independente do interesse do país. Ninguém votou no Estadão/Folha/Veja/Globo como donos da verdade. Não são e nunca tiveram compromisso com isso. E por mim tudo bem. É direito deles. Colunistas apenas repetem o que os donos do jornal lhes permite fazer. Ta ai a Maria Rita q não nos deixa mentir. Nesse contexto os blogues fazem um contra ponto interessante com relação as noticias dos jornalões. Existem blogueiros comprados? Sim, provavelmente. Mas não todos, e estes incomodam pacas. A farsa da bolinha de papel veio de uma pessoa comum. A hipocrisia da esposa do Serra sobre aborto veio do Face Book. Em outros tempos só saberiamos anos depois da eleição. Quem le apenas os meios convencionais recebe a noticia pela metade e fica mal informado. Hj os blogues fazem um papel importante ao acesso as informações, queira a Dora Kramer ou não.

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