terça-feira, 7 de junho de 2011

PERÚ - Especulações e certezas.

No Peru, um filme que já vimos. A Bolsa despenca 12,5%% sem nenhuma razão, a não ser o terrorismo especulativo, como se já tratasse de um terceiro turno. Isso apesar de Ollanta Humala, o presidente eleito neste final de semana, só tomar posse dia 28 de julho, o governo ainda ser o de Alan Garcia e o país crescer mais de 7% ao ano.

A reação dos especuladores e investidores peruanos soa como uma vingança, já que votaram em massa junto com a elite do país e a classe média alta na candidata de Alberto Fujimori, sua filha, Keiko, uma espécie de procuradora do ex-ditador. A melhor definição do ex-comandante em chefe peruano é a de Vargas Llosa: foi o líder de uma ditadura sangrenta e corrupta. É disso que o Peru se livrou.

A Bolsa de Valores devia subir e não cair, com a sua derrota, mas vá entender essas elites. Elas se dizem democráticas da boca para fora, mas quando seus interesses estão ameaçados, mandam a democracia às favas e abraçam as mais sangrentas ditaduras, como vimos no Chile e na Argentina, para não falar de nosso Brasil.

Os pobre de toda a América

O resultado da eleição do Peru vai contra uma realidade comum à América do Sul. Governos que não distribuem renda, não combatem a pobreza. Retomam os recursos naturais e exercem seus direitos soberanos. Contudo, não têm o apoio popular do povo pobre, esse que nos Andes, na Amazônia e no Sul votou em Ollanta. Os pobres do Peru são os mesmos que aqui elegeram e reelegeram Lula e Dilma.

Quanto a Fernando Gabeira e suas matérias sobre as eleições em Lima, entre as quais a que, no Estado de São Paulo, recebeu o títutlo “Eleição de Huma lança na incerteza futuro político e econômico do Peru”, fica aqui meu comentário. Ele não passa de um falastrão, com suas incertezas. No cenário político, o que vemos é a consolidação da democracia no Peru. Inclusive porque o partido de Humala, somado ao do ex-presidente peruano Alexandre Toledo, que o apoiou nessas eleições, tem maioria na Assembleia Nacional. Já, na economia, Ollanta fará o que todo país precisa fazer: distribuir renda, retomar o papel do Estado, cobrar impostos dos ricos, da mineração, do petróleo e do gás. Também está na pauta investir no social, na educação, na inovação e na infra-estrutura. Nada mais do que isso. No Peru, só há certezas econômicas e políticas.
Fonte: Blog do Zé Dirceu.

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