A guerra da troika na Europa
"A estratégia do Syriza cumpriu uma tarefa importantíssima: colocar a nu a verdadeira economia de coações e chantagens que o sistema político-econômico europeu/mundial utiliza para subjugar os povos europeus aos “ajustes fiscais” e medidas de austeridade. Diante da dissolução iminente, o apelo do coletivo italiano Effimera é singelo e por resistência, testemunhando tempos decisivos de reorganização das forças. Hoje, nós no Brasil também somos Grécia, sob o estado de sítio do neocolonialismo financeiro. Aliás, somos muitas grécias e há bastante tempo", afirma UniNômade, 13-07-2015, ao traduzir e publicar o editorial de Effimera.
Eis o artigo.
A Europa está em guerra. Uma guerra declarada há anos pela oligarquia tecnofinanceira, com medo de que a crise norte-americana dos subprimes viesse a dilapidar o patrimônio dos bancos, que então precisam ser salvos pelos próprios estados europeus. Aplicou-se o golpe de estado na Grécia (Papandreu) e na Itália (nomeação de Monti graças a Napolitano) e se tutelaram Portugal, Irlanda e Itália. Agora se está organizando mais um golpe de estado na Grécia. A guerra leva sempre à ruína.
A Europa está em guerra. Uma guerra declarada há anos pela oligarquia tecnofinanceira, com medo de que a crise norte-americana dos subprimes viesse a dilapidar o patrimônio dos bancos, que então precisam ser salvos pelos próprios estados europeus. Aplicou-se o golpe de estado na Grécia (Papandreu) e na Itália (nomeação de Monti graças a Napolitano) e se tutelaram Portugal, Irlanda e Itália. Agora se está organizando mais um golpe de estado na Grécia. A guerra leva sempre à ruína.
Na Itália, levou à precarização do trabalho e ao trabalho grátis. Na Grécia, 30% da população vivem em condições de pobreza. A guerra, hoje, aplica novos instrumentos. É a bazuca do aperto da liquidez e da asfixia econômica. Nada de novo. Antigamente, se chamava estado de sítio. Nesse momento, a Europa morre. Não existe mais. Não nos sentimos mais cidadãos europeus, menos ainda italianos.
Sentimo-nos habitantes do mundo apenas. A conclusão do Eurogrupo foi impor a capitulação à Grécia, segundo a regra do ‘bater em um para educar a todos’, e a referência à Espanha é óbvia.
Não existem mais álibis. Não se pode mais calar. É hora de lançar um plano ambicioso e pensar na auto-organização da Europa. Temos diante de nós uma ingente tarefa: voltar a construir, a partir das ruínas.
A partir também da análise de circuitos econômicos e monetários alternativos que não nos coloquem sob a espada de Dâmocles da troika. Precisamos nos libertar da chantagem do neocolonialismo financeiro. Para além das diversas leituras da crise. A guerra não consente divisões. Sobretudo entre quem faz de coração a denúncia do neoliberalismo e a construção de um mundo mais justo.
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