Do blog Análise.
Dilma no momento chave
A principal novidade da pesquisa Vox/Band/iG está embutida nos dados da consulta espontânea: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticamente completou a transferência do seu prestígio eleitoral para a candidata do PT, Dilma Rousseff. No espaço de 12 meses, entre agosto do ano passado e julho deste ano, o voto espontâneo em Lula caiu de 22% para 4% dos eleitores. Em contrapartida, Dilma subiu de 3% para 28%. O adversário de ambos, o candidato do PSDB passou de 5% para 21% das preferências.
Mas o que prova a estreita relação entre Lula e Dilma é o gráfico abaixo.
Entre janeiro e julho deste ano, há uma relação quase precisa do ponto de vista matemático: praticamente para cada ponto perdido por Lula, Dilma sobe outro. De janeiro para maio, Lula caiu nove pontos e Dilma ganhou dez. Na pesquisa seguinte, que refletiu sua exposição ao programa partidário, Dilma cresceu sete pontos, Lula emagreceu quatro. Agora, o presidente caiu mais dois pontos e Dilma cresceu dois.
Ao mesmo tempo em que mostra que o eleitor conhece os presidenciáveis de 2010, a pesquisa espontânea Vox/Band/iG, a primeira depois de oficialmente registradas as candidaturas, confirma o inabalável prestígio do presidente no Nordeste. Nessa região, Lula ainda mantém 9% da intenção espontânea de votos, ainda que esteja legalmente impedido de disputar a eleição. Em todas as outras, o presidente praticamente completou a transferência de votos para a candidata.
Para Dilma e Lula, os números da Vox/Band/iG podem ser festejados porque comprovou a capacidade do presidente de inflar um nome – e, pela curva acima, desconfia-se que qualquer nome seria beneficiado pela popularidade dele. Mas também revelam que a partir de agora, a campanha de Dilma dependerá menos do presidente, do PT e do governo. E cada vez mais do que a candidata poderá fazer por sua campanha.
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