Do Terra Magazine.
Propaganda fez gaúchos se identificarem com Dilma.
Eliano Jorge
Foi no Rio Grande do Sul que a presidenciável petista Dilma Rousseff ingressou na vida pública. Mas a terra adotiva da mineira parecia hostil às suas pretensões eleitorais, no início desta campanha. Agora, pesquisas de intenções de voto lhe conferem a liderança também entre os gaúchos. Secretário-executivo do Comitê Pluripartidário que promove sua candidatura no Estado, Ary Vanazzi remói explicações para a virada.
- Montamos uma estratégia de campanha que nos deu a convicção de que íamos poder ultrapassar o Serra aqui. Além do bom governo do presidente Lula, foi: montar comitês pluripartidários em 29 regiões do Estado; nossa capacidade de introdução da candidatura dela aqui, buscando apoio de todos os partidos da base aliada nacional, um elemento bastante forte para alterar o quadro; e as várias agendas dela aqui, com setores, prefeitos, sociedade civil. Isso impulsionou o crescimento da campanha dela - conta o também representante dos prefeitos na articulação nacional pró-Dilma.
Gestor do município de São Leopoldo, na zona metropolitana de Porto Alegre, o petista Vanazzi ainda festeja o efeito do horário eleitoral gratuito. "A população se identificou ainda mais com a Dilma por ter conseguido vincular sua imagem, seu nome, sua participação e sua figura pública no Rio Grande do Sul", acredita.
Ele anuncia para a próxima semana um documento com cerca de 3 mil nomes de prefeitos - de um universo acima de 5,6 mil - que aderiram à candidata governista, quantidade que ele estimou em novembro, seis meses antes do início oficial da campanha.
- No dia 14, em Brasília, vamos entregar para a Dilma e o Temer uma carta municipalista. Neste encontro, teremos um número mais preciso de quantos prefeitos estarão apoiando a Dilma. Hoje, eu diria que estamos próximos oficialmente deste número (de 3 mil). Nossa convicção é de que vai aumentar mais ainda porque tem um trabalho muito grande dos partidos. Muitos estão em fase adiantada de aprovação de apoio à ministra.
Sua meta é ampliar ainda mais o mapa dos municípios administrados por defensores de Dilma. "Estamos visitando os prefeitos, conversando".
Vanazzi destaca o fato de o comitê gaúcho ser o único multipartidário, reunindo 10 legendas, além de sindicatos e movimentos sociais. "Aqui no Estado, estão na campanha da Dilma também setores e lideranças de partidos que não estão na coligação oficial, como membros do PTB, que apoiam este Comitê Pluripartidário, e do PP. Mas não institucionalmente", afirma.
Dinheiro aos municípios
A romaria em direção à candidata governista, teoriza Vanazzi, se justifica pela vontade da manutenção da atual administração federal. "Os prefeitos reconhecem o governo Lula, o seu compromisso e a sua determinação de ajudar os municípios. Nós crescemos muito nos últimos anos nessa relação política. Só isso ajudou, e muito, a ampliação da base de apoio à Dilma", diz.
Um motivo fundamental para isso, garante ele, é a verba encaminhada às prefeituras. "Em 2009, tivemos uma crise muito grande na questão do repasse do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) porque caiu a receita. E o governo manteve o orçamento de 2008 para o ano seguinte, para ajudar os municípios a sair dessa situação".
Vanazzi também cita práticas que fazem os prefeitos preferirem a continuidade do seu partido no Palácio do Planalto. "O governo organizou a vida institucional brasileira. Tu entras na internet e inscreves projeto, defendes seus projeto, buscas recurso, disputas recursos. Isso cria uma credibilidade muito grande", valoriza.
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