terça-feira, 7 de setembro de 2010

MEIO AMBIENTE - Pegada ecológica.

Do IHU.

Os animais de estimação e seu impacto no planeta


O mundo colorido dos animais de estimação foi colocado contra a parede. E a pressão vem de um pesquisador lá da Nova Zelândia que garante que um cachorrinho fofo pode poluir mais do que um carro esportivo.

A reportagem é do jornal Zero Hora, 06-09-2010.

Baseado no conceito de pegada ecológica, o arquiteto Robert Vale e sua mulher Kate Ravilious desenvolveram o artigo How Green is Your Pet? (Quão Verde é Seu Animal de Estimação?), publicado no final do ano passado na revista New Scientist.

O mote para o argumento do pesquisador da Universidade Victoria, em Wellington, é a carne usada para fabricar as rações dadas aos bichinhos. Eles analisaram quanto de ração é utilizada para alimentar um cachorro de porte médio por um ano e chegaram ao valor de 164 quilos de carne e 95 quilos de cereais, o que comprometeria 0,84 hectare de terra. Um carro esportivo rodando 10 mil quilômetros durante cerca de um ano alcançaria a média de 0,41 hectare, menos da metade do que o cachorrinho.

Mas não se desespere. A nutricionista americana Marion Nestle também pesquisa a alimentação dos peludos e diz que não há motivo para pânico.

– A pesquisa é interessante, mas exagerada. Não considera um aspecto importante, como o fato de que muitos animais comem restos de comida de seus donos – argumenta.

Marion também entende que o cálculo de pegada de carbono para as rações deve variar de um país para o outro, já que a composição delas não é a mesma. Para ajudar a alimentar melhor seu bicho e reduzir o impacto no ambiente, Marion, que é nutricionista, professora da New York University, lançou o livro Feed Your Pet Right (Alimente Corretamente Seu Animal de Estimação), ainda inédito por aqui. Para quem ama os pets, ela ainda sugere.

– Outra boa ideia é criar animais menores, que são ambientalmente mais corretos – afirma ela.

Enquanto isso, o pesquisador neozelandês, questionado sobre a situação dos animais de estimação brasileiros, afirma que o grande problema da pegada ecológica está nos Estados Unidos e nos países europeus, onde as rações têm mais carne em sua composição. A pesquisa de Vale e Kate também originou um livro: Time to Eat the Dog? The Real Guide to Sustainable Living (Hora de Comer o Cão? O Guia Real da Vida Sustentável). Ao ser questionado sobre possibilidades de contornar o problema, o neozelandês foi duro:

– As pessoas amam seus carros, suas viagens de avião e têm muitos filhos. Tudo isso impacta no ambiente e, um dia, teremos de decidir o que queremos para o futuro.

A PEGADA ECOLÓGICA

O conceito de Pegada Ecológica (Our Ecological Footprint) foi desenvolvido na década de 90 pelos cientistas canadenses Mathis Wackernagel e William Rees.

Essa técnica calcula o impacto do desenvolvimento de produtos e serviços pensando em áreas de terra produtiva ou oceano que seriam necessárias para torná-los viáveis.

A ideia parte do princípio de que onde os combustíveis fósseis são usados em larga escala, tudo que é produzido passa necessariamente pela terra ou pelo mar.

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