terça-feira, 14 de setembro de 2010

ELEIÇÕES - Poucas mudanças à vista.

Blog de luisnassif.


Por Gunter Zibell

Nestes tempos de “onda vermelha” vs “virada” o que penso que vamos ter é muito menos do que os partidos esperam.

Em função dos vários acordos regionais teremos um número relativamente baixo de candidaturas estaduais dos maiores partidos. 14 ou 15 palanques duplos são algo circunstancial, os mesmos partidos que se coligaram agora em torno disso, lançaram 3 ou 4 candidaturas independentes em 2006.

Assim, 2010 deve ser uma eleição com muitas decisões em primeiro turno, especialmente nos estados mais populosos. Muitas candidaturas já estão com mais de 40% de intenção de votos (ou 50% dos válidos), poucas “3as. vias” são competitivas para levar a 2º turno. Teremos 6 a 10 estados “oposicionistas” e os demais “situacionistas”.

Acredito que a motivação é a mesma da provável eleição de Dilma no 1º turno : continuidade. Em muitos casos a população não distingue tanto a competência por nível de governo em algumas áreas. É às vezes difícil saber de quem é a responsabilidade na saúde, na segurança e na infra de rodovias. E a sensação de bem-estar econômico é geral para o país. Assim, tanto situacionistas (PE, BA, RJ, CE) como oposicionistas (MG, SP, PR) compartilham de popularidades parecidas. A grande exceção, por razões óbvias, é o RS. Não tenho conhecimento do que sucede no RN...

Não creio que em MG ou PE a maior parte dos eleitores preste atenção a explicações sobre “modelos inovadores de gestão”, nem que em SP a maioria esteja consciente das inconsistências no modelo educacional público ou do discurso diversionista em relação a estradas. Fica no governo estadual quem no mínimo “não atrapalha”.

Em MG Anastasia vem reproduzindo, com certo atraso é verdade, o mesmo fenômeno nacional : um governante popular transfere votos para um gestor de nome pouco lembrado. Acho que PT/PMDB repetiram nesse estado o engano do PSDB federal, depositar muita expectativa no recall de um candidato. Enfim, ainda está incerto, mas desconfio que Anastasia leva. Tanto essa é a tendência (no gráfico o serrilhado é justamente pela diferença entre Ibope e Datafolha, mas ambos caminham em paralelo) como dificilmente Aécio arriscaria algo a favor de Serra que pudesse prejudicar Anastasia.

Em SP há chances matemáticas do PT levar a eleição ao 2º turno. As razões do serrilhado no gráfico novamente são as oscilações entre Datafolha e Ibope, e a tendência é inversa, o PT se aproximar do seu objetivo. Mas ganhar a eleição é difícil, pois depende de dois passos : no primeiro Alckmin teria que perder 7 pontos de seus “válidos” para Mercadante mesmo, Skaf ou Russomano. No segundo passo Mercadante teria que evitar que os eleitores destes últimos escolham Alckmin no 2º turno.

As chances de Costa e Mercadante são maiores que as de Serra, isso é fato. Mas são pequenas mesmo assim. Além destes estados há 6 mais onde o governismo está atrás (em pontos no 1º turno, pela pesquisa estadual mais recente): GO (9); SC (17); MS (16); PR (9); PA (10); RN (22); RR (8); RO (2). Estes são os estados onde há maior chance de 2º turno (tirando MS e colocando PI, são os poucos estados com muita proximidade dos dois primeiros nas intenções estimuladas de voto ou ainda com um terceiro candidato entre 5 e 10 pp.)

Agora é apostar onde Lula tentará concentrar seu tempo. Até o momento, olhando as pesquisas desde início de julho, apenas três “viradas” relevantes foram vistas : MG (pró-oposição) e PI & DF (pró-governo). Já se passou um mês de campanha, faltam só 2 semanas e meia. Acho pouco tempo, mas o importante é competir! (para situação 1, situação 2 e oposição, onde for o caso.)

Fonte: Blog do Luis Nassif

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