Carlos Chagas
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As mais variadas acrobacias tem sido apresentadas pelas elites financeiras e seus porta-vozes na imprensa para tentar demonstrar que o Lula era uma coisa e Dilma, outra coisa. Estão certíssimos, mas a malandragem vem em seguida, quando procuram estabelecer o confronto entre o antecessor e a sucessora. Buscam conflitos que não existem, entre os dois, talvez na esperança de levar Dilma a trilhar caminhos que o Lula não seguiu, sempre favoráveis ao modelo por eles defendido, de aumentar o poder da iniciativa privada em detrimento do poder do Estado.
Conseguiram algum sucesso, mesmo inócuo, nas diferenças de concepção na política externa, apenas um ensaio geral para levar a presidente a mergulhar nas brumas do neoliberalismo ultrapassado. Festejaram a redução nos gastos públicos, de resto uma necessidade para qualquer ideologia, mas apenas como preliminar para diminuírem a presença do governo na economia.
Vão quebrar a cara. Pelo jeito, Dilma está prevenida, tanto diante da tentativa de intrigá-la com o Lula quanto com a ilusão de fazê-la retroceder aos tempos de Fernando Henrique e companhia. Foi por isso que Henrique Meirelles limpou suas gavetas no Banco Central, vestindo meias e chuteiras para cuidar da Copa do Mundo de 2014.
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De vez em quando é bom dar um freio de arrumação nas fantasias das elites financeiras. Um deles está para acontecer. Ainda este mês a presidente irá a Portugal exclusivamente para prestigiar as homenagens prestadas ao Lula, na Universidade de Coimbra e na Assembléia Nacional. Assim como continuará diminuindo a influência das Agências Reguladoras e insistindo em enquadrar nos limites da Petrobrás as atividades no pré-sal. Sem esquecer o controle na política de geração de energia e nos respectivos investimentos. Como, de lambuja, cortando as asas da Vale em tudo o que contrarie as diretrizes de governo. Quem sabe os bancos não percam por esperar, supondo-se a iminência de iniciativas capazes de reduzir seus lucros escandalosos?
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