Do Blog Tijolaço.
Muitos leitores pedem que eu comente a reunião de ontem, no Clube Militar, onde um grupo de saudosistas da ditadura se renuiu para marcar – antecipadamente – o aniversário do golpe de 1º de abril de 1964.
Francamente, não ia nem dar bola para esta história, mas hoje li que a trinca de debatedores da ocasião foi profundamente injusta.
Disseram que “infelizmente” não há um líder de direita como Carlos Lacerda e um partido como a UDN.
Realmente é verdade, mas não é justo deixar de reconhecer que José Serra tem se esforçado demais para ser um “Lacerda-Parte 2″.
Tenta seguir-lhe os passos, com afinco, embora sem sucesso.
Como Lacerda, transitou da esquerda para a direita sem qualquer cerimônia.
De “perigoso esquerdista” que saudou Prestes na Aliança Nacional Libertadora, em 35, Lacerda virou promotor das “marchas com Deus pela família”.
Serra fez força: comungou, cantou hino evangélico, se benzeu e distribuiu panfletos nas sacristias.
E explorou miseravelmente a história do aborto na campanha eleitoral.
Até um “atentado da Rua Tonelero” chegou a tentar arranjar com aquela história da bolinha de papel.
Pode-se dizer tudo de Serra, até que não tem o talento do “Corvo”. Mas perseverança ele tem, e não quer – como se vê neste episódio do “racha” do DEM, onde ele claramente inspira a ação de Gilberto Kassab contra Geraldo Alckmin e Aécio Neves – que não lhe falta perseverança.
Serra lutará sem tréguas pela chance de perder pela terceira vez uma eleição em 2014.
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