Rescaldo de 2008: bancos lucrativos, países quebrados
Por luka
2008, o ano que não terminou
http://oglobo.globo.com/economia/mat/2011/09/03/nos-tres-anos-de-crise-i...
Nos três anos de crise internacional, instituições financeiras lucram US$ 42 bi e países se afundam em dívidas.
Publicada em 03/09/2011 às 18h21m
Bruno Villas Bôas (bruno.villas@oglobo.com.br)
RIO - Quase três anos após a quebra do megabanco de investimentos Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008, a crise financeira internacional que teve origem no mercado imobiliário americano com as hipotecas de alto risco, as chamadas subprime, segue abalando mercados e assombrando governos. Os cofres públicos e bancos centrais de todo o mundo já arcaram com US$ 12,4 trilhões até agora para incentivar suas economias e limpar os estragos provocados por grandes bancos globais. Essa conta se transformou numa dívida explosiva de países, e agora cobra sua conta e derruba as bolsas de valores. As instituições financeiras socorridas na crise, no entanto, estão muito bem, obrigado. Seis dos principais bancos ajudados na crise - Bank of America Merrill Lynch, BNY Mellon, Citigroup, Goldman Sachs, JPMorgan Chase e Morgan Stanley - lucraram, somados, US$ 42,4 bilhões no ano passado, aumento de 40% na comparação a 2009. E os bônus dos grandes executivos de Wall Street voltaram, com pagamentos que em um dos casos chegou a US$ 23,3 milhões.
- O problema dos bancos com a dívida imobiliária foi absorvido, e eles voltaram a ser lucrativos, na maioria dos casos. A crise que era de empresas e bancos transformou-se agora numa crise de governos, principalmente em países como Grécia, Portugal e Irlanda, e provavelmente Espanha e Itália, que precisaram socorrer suas economias. Nos EUA, a dívida ganhou uma dimensão explosiva e está em níveis preocupantes, ainda que a solução preocupe menos do que na Europa - afirma Carlos Langoni, ex-diretor do Banco Central e economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) compilados pelo GLOBO, a dívida bruta dos países do G-7 - os mais ricos do mundo, entre os quais EUA, França e Itália - cresceu de US$ 35,3 trilhões em 2009 para US$ 41,26 trilhões em 2011, um aumento de 16,7%. No mesmo período, o Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelos países) desse grupo avançou apenas 1,36%, considerando projeções do Fundo. Dessa forma, o endividamento dos países passou a representar 118,2% do PIB.
Fonte: Luis Nassif online
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