quarta-feira, 25 de setembro de 2013

POLÍTICA - Dilma falou duro, com coragem.

Falou duro, com coragem

Carlos Chagas
A presidente Dilma falou duro. Foi ríspida, agressiva e corajosa ao denunciar  os Estados Unidos e sua rede global de espionagem eletrônica, tendo sido o Brasil um de seus alvos, dadas as incursões cibernéticas  ilegais em nosso governo, nossas representações diplomáticas e nossas empresas. A ação  americana  fere o Direito Internacional e significa uma afronta aos princípios que devem reger as relações entre nações amigas. Nenhuma soberania se afirma pela violação de outra soberania. Também rejeitou o argumento de que Washington atua para defender o mundo do terrorismo: o Brasil sabe proteger-se.
Agora, será esperar as retaliações, a partir do fato de o presidente Barack Obama não haver dado explicações, nem pedido desculpas ou sequer  se comprometido  a interromper a espionagem, apesar da exigência brasileira.
Mas Dilma  não ficou nesse desabafo. Com vara curta, cutucou outras  vezes a onça, em sua própria jaula. Rejeitou qualquer ação militar contra o governo da Síria  sem a concordância do Conselho de Segurança da ONU. Pregou a reforma desse Conselho de Segurança, que para ela  imobiliza as Nações Unidas pela presença de apenas cinco nações com o direito de veto. E exigiu a criação do Estado Palestino, independente  e soberano, com o qual o Estado de Israel  precisa  conviver.  Da mesma forma, verberou o bilateralismo nas  relações internacionais, afirmando que ele conduz inevitavelmente à guerra.
Tudo o que os Estados Unidos não queriam ouvir foi dito pela presidente, por sinal muito aplaudida pelo plenário das Nações Unidas. Vem chumbo grosso por aí, na forma de represálias americanas no plano econômico. Mas valeu ouvir a presidente falar, em especial nós, que tanto a temos criticado. 

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