Greenpeace: o relatório sobre o aquecimento global pode sinalizar um futuro melhor se agirmos agoraby Diario do Centro do Mundo |
Publicado originalmente no site Common Dreams
POR STEPHANIE TUNMORE, ativista do Greenpeace
Trinta
tripulantes do navio do Greenpeace Arctic Sunrise estão presos na
Rússia porque protestaram de forma pacífica contra a exploração de
petróleo no Ártico, com a intenção de mudar o futuro sombrio que estamos
construindo para nós mesmos e para o planeta por causa da nossa
dependência de combustíveis fósseis. Na sexta (27), a maior autoridade
do mundo sobre a ciência da mudança climática divulgou um relatório que
mostra que as preocupações dos ativistas do Greenpeace estão
completamente justificadas.
O
Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) avaliou toda
a ciência do clima e encontrou sinais preocupantes de impactos de
aceleração, especialmente nas regiões polares:
Na
última década (2002-2011) a camada de gelo da Groenlândia derreteu a
uma taxa seis vezes maior, em média, do que na década anterior.
O derretimento da Antártida foi cinco vezes mais rápido.
Desde 1993, os níveis do mar subiram duas vezes mais rápido que no século passado, em média.
A extensão de gelo do mar do Ártico também diminuiu significativamente mais rápido do que o previsto.
Nossa
poluição aqueceu a atmosfera e os oceanos, derreteu geleiras, elevou os
níveis do mar, mudou os ciclos da água e aumentou alguns eventos
climáticos extremos. Além disso, as emissões de dióxido de carbono estão
deixando os oceanos mais ácidos a uma taxa sem precedentes, ameaçando a
vida marinha. Agora é certo que a maior parte do aquecimento desde 1951
foi causada por atividades humanas.
Mas
o IPCC não dá apenas uma má notícia. Eles também analisaram os
potenciais caminhos para o futuro. O futuro que eles descrevem, se
continuarmos em nosso caminho atual, parece sombrio e hostil. Mas
lembre-se, estas são projeções e não profecias. Eles também
estabeleceram metas que vão limitar o aquecimento a menos de 2°C e o
aquecimento do nível do mar numa escala menor, bem como o derretimento
do gelo, a acidificação dos oceanos e eventos climáticos extremos.
Há um futuro melhor do que o que estamos enfrentando atualmente e é nosso, se quisermos.
Devemos
aceitar que os combustíveis fósseis terão que ficar no chão e que sugar
as últimas gotas restantes de petróleo é um desperdício caro e perigoso
do tempo. Isto não será nenhuma surpresa para a indústria de
combustíveis fósseis. Empresas de carvão, petróleo e gás, juntamente com
a energia pesada de setores como os fabricantes de automóveis, passaram
décadas tentando turvar as águas em torno da ciência da mudança
climática em vez de encarar a grave ameaça que elas representam. Eles
financiaram campanhas publicitárias, campanhas de desinformação e
"negadores" da ciência do clima, com a intenção de criar incerteza entre
o público e bloquear todos os esforços para regular gases de efeito
estufa.
Devemos
abraçar e acelerar a transição da energia limpa que já está em
andamento. A energia renovável é atualmente a fonte de energia que mais
cresce. Globalmente, estima-se que a geração de energia renovável deva
subir para 25% da geração de energia bruta em 2018. Mas a maior barreira
para essa expansão é a incerteza em torno das políticas de energias
renováveis. Esta é uma área em que os governos podem criar fortes sinais
para os investidores sobre o futuro.
Nossos
ativistas têm mostrado uma enorme coragem e compromisso e envergonhado
aqueles governos que continuam a proteger os interesses da indústria de
combustíveis fósseis em detrimento de seus cidadãos. Suas ações,
suportadas por convicção pessoal e um desejo de proteger o nosso clima
em rápida mudança, são um desafio para os governos colocarem as pessoas e
o planeta em primeiro lugar.
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