Os Estados Unidos abusam da paciência do mundo
E
os Estados Unidos deram mais uma de Estados Unidos: proibiram o avião
que conduzirá neste sábado o presidente venezuelano Maduro rumo à China
de sobrevoar o céu americano.
Vaias. Vaias de pé.
É
um gesto prepotente, mesquinho e inútil. Não vai impedir Mesquinho de
ir para a China, e mostra que os Estados Unidos continuam a ver a
América Latina como seu quintal.
Particularmente
em relação à Venezuela, os americanos continuamente demonstram não
haver superado o basta que a administração Chávez deu à predação
histórica que os Estados Unidos impunham aos venezuelanos. O petróleo da
Venezuela era, na prática, desfrutado pelos Estados Unidos – e mais um
pequeno grupo de venezuelanos que mantinham os pobres locais num regime
na prática de apartheid.
Obama
frustrou as esperanças venezuelanas de uma mudança de atitude dos
Estados Unidos. Ele acabou se revelando desconcertantemente parecido com
Bush, sobretudo na política externa bélica e arrogante.
Os
americanos continuam a pensar que podem tudo, incluído aí espionar o
mundo inteiro e depois caçar quem revelou o crime de escala planetária,
Snowden.
À
luz de tudo isso, fica claro que foi acertada a decisão de Dilma de
cancelar a visita que faria a Obama. Ele enrolou e não se desculpou pela
ofensa cometida contra o Brasil com a espionagem contra alvos como
Dilma e Petrobras.
Políticos
e colunistas que gostam de ver o Brasil no papel submisso de vassalo
americano criticaram Dilma por um suposto “nacionalismo” – como se isso
em si fosse um defeito – e por imaginários danos que a decisão poderia
trazer para o comércio americano.
Ora,
os Estados Unidos jamais deixariam de fazer um negócio por coisas como
essa – tão dominados são pela compulsão de acumular dinheiro.
E ainda que deixassem, existe algo que dinheiro nenhum compra – dignidade
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