domingo, 4 de maio de 2014

POLÍTICA - O crescimento "biônico" do Aécio.

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Se ainda sobrou alguma coisa das garrafas de tequila que Paulinho da Força encomendou para calibrar sua fala no Primeiro de Maio, Aécio poderia pedir a ele para comemorar a pesquisa do instituto Sensus.
Aécio cresceu quase 50%. Dos 16% em que parecia estacionado, foi para mais de 23%. Isso sem fazer nada. Aliás: fazendo coisas como garantir à plutocracia que seu governo tomará “medidas impopulares”.
O único problema, na celebração aeciana, é que o crescimento extraordinário é biônico. O Sensus – que nos últimos tempos tem prestado serviços ao PSDB – decidiu inovar, aspas.
Os nomes, nas pesquisas, aparecem num círculo, para que não haja favorecimento visual a nenhum deles.
O Sensus optou – sabe-se lá por quê, ou melhor, sabe-se bem por quê – pela ordem alfabética. Se Aécio se chamasse Zaratustra, o Sensus talvez tivesse escolhido a ordem alfabética ao inverso. Você bate o olho no cartão da pesquisa e o nome de Aécio se destaca amplamente, em detrimento dos demais.
Quem denunciou a invenção do Sensus foi o insuspeito Estadão, pelo bom blogueiro José Roberto de Toledo.
No ritmo do crescimento apontado pelo Sensus, Aécio pode chegar às eleições com mais de 100% dos votos. Talvez na próxima pesquisa o Sensus possa retirar os outros nomes. A ascensão irresistível de Aécio se confirmará plenamente.
Se algum partido reclamar na Justiça, a decisão deve caber ao campeão da neutralidade Joaquim Barbosa. Pausa para rir, ou chorar.
Não é a primeira vez que o Sensus faz algo estranho, notou Toledo em seu blog. “Na disputa presidencial de 2002, o instituto também fez uma pesquisa surpreendente na fase da pré-campanha. No final de 2001, o instituto divulgou pesquisa que colocava Roseana Sarney (então no PFL) empatada com Lula, em primeiro lugar. Razão: antes de perguntar a intenção de voto, o Sensus perguntava ao eleitor sobre um escândalo envolvendo o PT, e sobre o racionamento de energia elétrica, o que prejudicava José Serra (PSDB).”
O fato é que o episódio mostra que é mais que hora de investigar as pesquisas. Como são feitas, quais os critérios etc.
O brasileiro já é manipulado demais pelo noticiário das grandes empresas jornalísticas para que seja engambelado também pelas pesquisas.

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