A hipocrisia dos países do G7 aparece mais uma vez com a decisão do govêrno alemão, em não permitir que empresas estrangeiras possam ter mais de 25% do capital, quando da compra de empresas alemãs. Pregam o neoliberalismo só para os países emergentes porém, para consumo interno, se defendem com "unhas e dentes". Quando encontram um presidente entreguista como o FHC no Brasil ou o Menen na Argentina, subservientes ao Consenso de Washington, "deitam e rolam". As agências reguladoras criadas no governo tucano, só servem para proteger os interesses estrangeiros, sendo o maior exemplo, a ANP (Agência Nacional do Petróleo). Tal agência instituiu os leilões das nossas áreas promissoras em petróleo e gás no momento em que as principais nações do mundo procuram poupar as suas reservas de petróleo.Até a Arábia Saudita, que possui as maiores reservas mundiais, está fazendo esforços para recuperar suas reservas. Isto porque estamos nos aproximando do nível máximo de produção de petróleo e gás. (alguns estudos estimam que o pico de produção será atingido em 2010). Esta preocupação com relação a oferta se dá no momento em que a entrada da China no mercado ajuda a entender os aumentos significativos do consumo mundial de petróleo. Explica também a ocupação do Iraque pelos americanos, já que esse país possui a terceira maior reserva mundial desse produto. Não é por acaso que o preço do petróleo passou de U$ 30/barril em 2004, para mais de U$ 100, no início do corrente ano. Nunca mais o petróleo será um produto barato.
Os leilões acima citados, permitem que empresas multinacionais possam adquirir grandes áreas das bacias sedimentares pesquisadas pela Petrobrás. O pior é que pelos artigos 26 e 60 da Lei 9478/97, através da qual o FHC iniciou o processo de privatização da Petrobrás, as empresas estrangeiras podem exportar o petróleo extraído do subsolo nacional.O mais correto seria, como acontece em outros países, que estas empresas fossem obrigadas a vender o petróleo extraído para a Petrobrás. Esta é que deveria avaliar a necessidade ou não da exportação do produto, de acordo com o interesse estratégico do nosso país. Isto evitaria o que aconteceu ao México que foi pressionado à exportar seu petróleo pelos Estados Unidos e para êste país (o México se transformou no segundo fornecedor para o mercado americano, só perdendo para a Arábia Saudita).Esta pressão ocorreu em função do empréstimo concedido pelo FMI aos mexicanos. Com isso, o México que em 1990 tinha reservas de petróleo ao redor de 57 bilhões de barris viu estas reservas cairem para 13 bilhões recentemente. No Brasil, a permissão dada às empresas estrangeiras de exportar, veio atender a sede de lucro a qualquer custo, com prejuízo dos interesses nacionais, objetivando atender às imposições dos acionistas internacionais.Estes compraram ações da Petrobras em outro ato de alienação do nosso patrimônio, executado pelo governo tucano. Este, mandou o Sr. Armínio Fraga num final de semana à Nova Iorque, para negociar a venda de ações da Petrobrás, os famosos ADRs (American Depositary Receipt). Como consequência, quase 50% destas ações estão hoje nas mãos de estrangeiros, que vivem pressionando a empresa para que siga políticas de seu interesse, como por exemplo, os leilões de grandes áreas das bacias sedimentares pesquisadas pela Petrobrás. A força dos acionistas estrangeiros é tão grande, que estes conseguiram nomear como diretor da ANP, nada mais nada menos, o Sr. Nelson Narciso, oriundo da empresa americana Halliburton, empresa esta que está ganhando milhões de dólares atuando no Iraque ocupado. Quer dizer, colocaram a raposa para tomar conta do galinheiro, pois cabe ao Sr. Narciso decidir sobre os leilões.
Globalização Unidirecional.
O governo alemão decidiu controlar a entrada de investimentos estrangeiros – sobretudo dos fundos soberanos de países emergentes – e criar órgão semelhante ao Committee on Foreign Investment in the United States (CFIUS), que regula o ingresso de capitais externos nos Estados Unidos. A informação é do Financial Times, datado de quinta-feira.Em maio de 1995 iniciaram-se na OCDE negociações secretas para um Acordo Multilateral de Investimentos, que abolia a soberania dos Estados, substituindo-a pelas empresas multinacionais. Denunciado o seu teor, dois anos depois, reação popular, principalmente nos grandes países europeus e no Canadá, impediu a tentativa. Muitas de suas cláusulas, no entanto, foram impostas, mediante convênios bilaterais, a países como o Brasil. O governo brasileiro de então, já cooptado pelo Consenso de Washington, abriu, sem reciprocidade, o mercado interno aos estrangeiros. Desnacionalizou empresas estatais estratégicas – em troca de moedas podres e com financiamento público – e estimulou, direta e indiretamente, a transferência de grande parte do parque industrial privado ao controle externo.Os Estados Unidos, capitães da globalização neoliberal, não desarmaram os seus instrumentos de defesa econômica, como é o caso do CFIUS. Desde 1950, e dentro dos marcos da Guerra Fria, a legislação confere ao Executivo o direito de vetar a entrada de capitais externos, seja para a aquisição de empresas nacionais, seja para a fusão com companhias domésticas. A idéia é a de proteger as corporações nacionais e garantir a segurança do país.O Comitê Norte-Americano impediu, em 2006, que a empresa estatal portuária de Dubai, que havia adquirido a Oriental Steam Navigation Co., com sede em Londres, assumisse as operações de terminais nos maiores portos americanos, entre eles os de Nova York e de Baltimore. Da mesma forma, vetou a compra da empresa de petróleo californiana Unacol pela chinesa CNOOC, e, no início deste ano, proibiu a participação da chinesa Huawei na 3Com – uma das maiores empresas americanas de componentes eletrônicos para informática – tudo em nome da segurança nacional.Na Alemanha, conforme matéria divulgada pelo Financial Times, o projeto é de vetar participação estrangeira superior a 25% – também em nome da segurança nacional. Com a decisão, o governo da senhora Merkel estimula atos semelhantes nos outros países do continente, e assegura para o seu país a hegemonia dentro do bloco.A notícia do protecionismo explícito da Alemanha nos chega quando o governo venezuelano é atacado por todos os lados, pelo fato de haver encampado a Siderúrgica Sidor – da qual a Usiminas é acionista minoritária. O presidente Chávez sabe que, com isso, dificultará a sua entrada no Mercosul, e terá que contornar problemas diplomáticos nas negociações para o ressarcimento aos investidores estrangeiros, mas a soberania de seu gesto não pode ser contestada.O Brasil era, no início da parolagem neoliberal, o único país em desenvolvimento que poderia ter posto freios ao novo colonialismo, porque dispunha de mercado interno e produção industrial suficiente para assegurar sua autonomia. Ao contrário, foi aquele cujos dirigentes demonstraram maior entusiasmo ao aderir ao novo Renascimento, como o chefe de governo se referiu à globalização.A emersão da China – que fez de seu imenso mercado uma arapuca de ouro – mudou a paisagem. O preço elevado das commodities fez com que os países emergentes – entre eles, o Brasil – acumulassem saldos comerciais e dispusessem de capitais a serem investidos fora de seu território. Os fundos soberanos, ou seja, saldos internacionais em poder dos Estados, começaram a ser usados em empresas dos países centrais – e são essas inversões que eles querem proibir. Sua globalização foi projetada como um meio de recolonizar o mundo, mediante o capital financeiro. A situação lhes era favorável, sobretudo depois da queda do sistema soviético. Mas como os seus formuladores eram economistas, e a economia é a ciência do acaso, não puderam prever que a teoria de Deng-Xiaoping sobre as cores do gato fizesse emergir o gigantesco mercado asiático, e, com ele, a recuperação da Rússia e o fortalecimento do Brasil.O que é bom para os Estados Unidos, conforme disse o senhor Juracy Magalhães, é bom também para o Brasil. Por exemplo: a defesa do interesse nacional. Em lugar de tantas "agências reguladoras", que surgiram para beneficiar os capitais de fora, convinha-nos uma só: a Agência Nacional de Controle dos Investimentos Estrangeiros no Brasil. GlobalizaçãounidirecionalMauro SantayanaO governo alemão decidiu controlar a entrada de investimentos estrangeiros – sobretudo dos fundos soberanos de países emergentes – e criar órgão semelhante ao Committee on Foreign Investment in the United States (CFIUS), que regula o ingresso de capitais externos nos Estados Unidos. A informação é do Financial Times, datado de quinta-feira.Em maio de 1995 iniciaram-se na OCDE negociações secretas para um Acordo Multilateral de Investimentos, que abolia a soberania dos Estados, substituindo-a pelas empresas multinacionais. Denunciado o seu teor, dois anos depois, reação popular, principalmente nos grandes países europeus e no Canadá, impediu a tentativa. Muitas de suas cláusulas, no entanto, foram impostas, mediante convênios bilaterais, a países como o Brasil. O governo brasileiro de então, já cooptado pelo Consenso de Washington, abriu, sem reciprocidade, o mercado interno aos estrangeiros. Desnacionalizou empresas estatais estratégicas – em troca de moedas podres e com financiamento público – e estimulou, direta e indiretamente, a transferência de grande parte do parque industrial privado ao controle externo.Os Estados Unidos, capitães da globalização neoliberal, não desarmaram os seus instrumentos de defesa econômica, como é o caso do CFIUS. Desde 1950, e dentro dos marcos da Guerra Fria, a legislação confere ao Executivo o direito de vetar a entrada de capitais externos, seja para a aquisição de empresas nacionais, seja para a fusão com companhias domésticas. A idéia é a de proteger as corporações nacionais e garantir a segurança do país.O Comitê Norte-Americano impediu, em 2006, que a empresa estatal portuária de Dubai, que havia adquirido a Oriental Steam Navigation Co., com sede em Londres, assumisse as operações de terminais nos maiores portos americanos, entre eles os de Nova York e de Baltimore. Da mesma forma, vetou a compra da empresa de petróleo californiana Unacol pela chinesa CNOOC, e, no início deste ano, proibiu a participação da chinesa Huawei na 3Com – uma das maiores empresas americanas de componentes eletrônicos para informática – tudo em nome da segurança nacional.Na Alemanha, conforme matéria divulgada pelo Financial Times, o projeto é de vetar participação estrangeira superior a 25% – também em nome da segurança nacional. Com a decisão, o governo da senhora Merkel estimula atos semelhantes nos outros países do continente, e assegura para o seu país a hegemonia dentro do bloco.A notícia do protecionismo explícito da Alemanha nos chega quando o governo venezuelano é atacado por todos os lados, pelo fato de haver encampado a Siderúrgica Sidor – da qual a Usiminas é acionista minoritária. O presidente Chávez sabe que, com isso, dificultará a sua entrada no Mercosul, e terá que contornar problemas diplomáticos nas negociações para o ressarcimento aos investidores estrangeiros, mas a soberania de seu gesto não pode ser contestada.O Brasil era, no início da parolagem neoliberal, o único país em desenvolvimento que poderia ter posto freios ao novo colonialismo, porque dispunha de mercado interno e produção industrial suficiente para assegurar sua autonomia. Ao contrário, foi aquele cujos dirigentes demonstraram maior entusiasmo ao aderir ao novo Renascimento, como o chefe de governo se referiu à globalização.A emersão da China – que fez de seu imenso mercado uma arapuca de ouro – mudou a paisagem. O preço elevado das commodities fez com que os países emergentes – entre eles, o Brasil – acumulassem saldos comerciais e dispusessem de capitais a serem investidos fora de seu território. Os fundos soberanos, ou seja, saldos internacionais em poder dos Estados, começaram a ser usados em empresas dos países centrais – e são essas inversões que eles querem proibir. Sua globalização foi projetada como um meio de recolonizar o mundo, mediante o capital financeiro. A situação lhes era favorável, sobretudo depois da queda do sistema soviético. Mas como os seus formuladores eram economistas, e a economia é a ciência do acaso, não puderam prever que a teoria de Deng-Xiaoping sobre as cores do gato fizesse emergir o gigantesco mercado asiático, e, com ele, a recuperação da Rússia e o fortalecimento do Brasil.O que é bom para os Estados Unidos, conforme disse o senhor Juracy Magalhães, é bom também para o Brasil. Por exemplo: a defesa do interesse nacional. Em lugar de tantas "agências reguladoras", que surgiram para beneficiar os capitais de fora, convinha-nos uma só: a Agência Nacional de Controle dos Investimentos Estrangeiros no Brasil.Essa seria a grande tarefa do Senado da República, que hoje se limita a divertir-se com o senador Mão Santa.
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