quinta-feira, 3 de abril de 2008

Declaração de Caracas - Primeiro encontro Latino-Americano contra o Terrorismo Mediático

Este texto saiu no site português, http://resistir.info/, no qual é denunciado o "modus operandi" da grande imprensa latino-americana, na manipulação das informações.


Declaração de Caracas
Jornalistas, comunicadores e estudiosos da comunicação da América Latina, Caribe e Canadá, reunidos em Caracas neste Primeiro Encontro Latino-Americano contra o Terrorismo Mediático, denunciam o uso da falsificação pela transnacionais informativas como uma agressão maciça e permanente contra os povos e governos que lutam pela paz, pela justiça e pela inclusão. O terrorismo mediático é a primeira expressão e condição necessária do terrorismo militar e económico que o Norte industrializado emprega para impor à Humanidade sua hegemonia imperial e seu domínio neocolonial. Como tal, é inimigo da liberdade, da democracia e da sociedade aberta e deve ser considerado como a peste da cultura contemporânea. A nível regional o terrorismo mediático utilizado como arma política no derrube de governos democráticos de países como a Guatemala, Argentina, Chile, Brasil, Panamá, Granada, Haiti, Peru, Bolívia, República Dominicana, Equador, Uruguai e Venezuela, está a ser empregado hoje para sabotar qualquer acordo humanitário ou saída política do conflito colombiano e para regionalizar a guerra na zona andina. A actual luta democrática no Equador, Bolívia e Nicarágua, junto ao Brasil, Argentina, Uruguai e México, confirma a vontade política das nossas sociedades de desbaratar a agressiva e simultânea campanha de difamação das transnacionais informativas e da Sociedade Interamericana de Prensa (SIP). Cuba e Venezuela representam com clareza os marcos mais vigorosos desta batalha ainda inconclusa. Por outro lado, estamos obrigados a redobrar nossos esforços perante a dramática situação que actualmente atravessa o jornalismo democrático no Peru, Colômbia e outros países. Este Encontro Latino-Americano mostrou a necessidade de criar a Plataforma Internacional contra o Terrorismo Mediático, que convoca um novo Encontro a realizar-se num prazo não maior do que dois meses, para o qual actuará em conjunto com outras organizações como a Federação Latinoamericana de Periodistas (FELAP) que, no crescimento da consciência dos povos latino-americanos, defendeu exemplarmente o direito à verdade e a divisa que sustenta seus princípios: Por um jornalismo livre em pátrias livres. Obstinada em criminalizar todas as modalidades de luta e resistência popular, sob o pretexto de uma falaz noção de segurança, a administração fundamentalista de George W. Bush foi responsável pela sistemática agressão terrorista dos últimos anos contra os meios de comunicação alternativos, populares, comunitários e inclusive alguns empresariais. A informação não é uma mercadoria. Tal como a saúde e a educação, a informação é um direito fundamental dos povos e deve ser objecto de políticas públicas permanentes. Convencidos de que esta história começou há 200 anos, ratificamos o compromisso de daqueles que nela nos precederam, com o propósito de ajustar-nos a um exercício ético da nossa profissão, apegados aos valores da democracia real e efectiva e da veracidade que merece a diversidade de pensamentos, crenças e culturas. Não só a SIP como também grupos de choque como Repórteres sem Fronteiras respondem aos ditames de Washington na falsificação da realidade e na difamação globalizada. Neste contexto, a União Europeia cumpre um papel vergonhoso que contradiz a heróica luta dos seus povos contra o nazi-fascismo. Na forja da unidade dos povos latino-americanos e caribenhos, os signatários desta declaração conclamam os professores e estudantes de comunicação social a considerar o Terrorismo Mediático como um dos problemas centrais da Humanidade, convocam os jornalistas livres a comprometerem-se a redobrar seus esforços em prol da paz, do desenvolvimento integral e da justiça social. Neste espírito, exortamos os chefes de Estado da América Latina e do Caribe a incluir o tema do Terrorismo Mediático em todas as reuniões e fóruns internacionais.

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