Do blog Diversas Palavras.
À deriva, seleção da CBF e da Globo perde-se mais
O futebol brasileiro, dentro e fora do campo, murcho...
A seleção de Mano Menezes e dos craques, Neymar, Ganso e Pato (além da Globo e do Teixeira), caiu vergonhosamente em uma quartas de finais da Copa América diante do Paraguai e tendo vencido apenas o Equador, nas quatro partidas que realizou na competição.
A eliminação precoce parece resultado de um grupo dividido, experientes, os remanescentes da era Dunga, e os jovens “mega estrelas” impostos para seleção pela qualidade do futebol apresentado em seus clubes e pela campanha de Galvão Bueno na Globo.
O clima pesou, claramente, na concentração após a sucessão de empates na primeira fase, expondo uma divisão entre as gerações de atletas ali presentes e, possivelmente, comprometendo a liderança dos mais experientes dentro do grupo.
Mas mais do que analisar o futebol apresentado em campo pelos canarinhos, o que qualquer pessoa pode perceber o quanto foi aquém do que poderiam render, o que pesa nesta análise é o fator extra-campo.
“Oba-oba” para vender o produto ao espectador
Quem acompanhou a cobertura da competição pode, também, perceber que os jovens talentos foram superdimensionados, em seus talentos e capacidade de decidir,pela emissora oficial da CBF e que a bagunça do acesso livre, a qualquer hora e lugar, da Globo aos jogadores repetiu o fiasco de 2006.
A emissora abusou, novamente, em sua cobertura, criou “produtos” para garantir boas audiências nos jogos.
O resultado não foi o esperado, na audiência e dentro de campo.
Neymar, Ganso e Pato foram tratados como “semi-deuses” do futebol brasileiro. São ótimos jogadores, mas não aquilo que a Globo fez o torcedor crer para prendê-lo na poltrona durante as transmissões dos jogos.
Ser eliminado precocemente é um prejuízo enorme para o time, mas também para o retorno publicitário da Globo. Jogos a menos, menor exposição, contratos depreciados no futuro. O produto não corresponde ao investimento, de imagem e espaço publicitário, isso parece óbvio.
A bagunça na CBF e os negócios suspeitos
Soma-se a isso a total bagunça e desconfiança sobre os negócios da direção da CBF e o envolvimento de Ricardo Teixeira em várias denúncias de corrupção nos bastidores do futebol mundial.
Para tornar ainda mais complicado o cenário, nada promissor, do futebol brasileiro, o dirigente máximo da CBF em uma entrevista a revista Piauí afirmou, grosseira e categoricamente, que ta “cagando e andando” para as denúncias contra ele, pois como se sabe, Teixeira é a CBF encarnada e que enquanto as denúncias não passarem no Jornal Nacional não se estressará com todos os problemas que envolvem seu nome e o da CBF, ou vice-versa.
Disse isso porque sabe que sua aliada, a Globo, não fará nenhuma matéria investigativa contra ele, nem tampouco os demais órgãos de imprensa do grupo.
Seus negócios se preservam obscuros na cumplicidade de quem se gaba como um defensor da liberdade de imprensa e da defesa da ética, a toda poderosa Vênus platinada.
A Globo mistura, nefastamente, seus interesses comerciais com a sua pauta jornalística, uma parece anular a outra para tornar o seus produtos límpidos, cercados de uma aura olímpica de probidade: “aos amigos tudo, aos inimigos a manipulação”.
A “destituição global” de Dunga e o fiasco de 2006.
Em 2010 a Globo, com a complacência da CBF, destituiu Dunga do comando técnico da seleção bem antes do mesmo ser, de fato, demitido do cargo de técnico. A imposição da comissão técnica em buscar um ambiente tranqüilo, longe das badaladas entrevistas exclusivas, a qualquer hora e lugar, da Globo irritou a direção de esportes da emissora que começou uma campanha, disfarçada, contra o técnico, até derrubá-lo.
Desde então a Globo implodiu o Clube dos 13, "melou" a primeira licitação em condições de igualdade pelos direitos de transmissão do brasileirão, cooptando os principais clubes do país, e o Dunga não conseguiu dirigir nenhuma grande equipe brasileira...Represália?
Dunga e sua comissão técnica agiram desta maneira por conta do fracasso de 2006, na copa da Alemanha, em que a concentração do selecionado brasileiro de futebol mais parecia uma colônia de férias do que um preparatório para a mais importante competição mundial.
Imagens diárias de jogadores alegres sendo agarrados por fãs nos gramados, entrevistas exclusivas até de madrugada, exposição exagerada e festiva de jogadores, “explorados” durante a programação esportiva como craques celestiais invencíveis. Caímos diante da França de Zidane, nas quartas de finais, tal como ocorreu agora na Copa América.
E se fosse Dunga o técnico, teria Galvão Bueno poupado o comando técnico da CBF como o fez ontem com Mano Menezes?
No momento o buraco do gramado, que atrapalhou tanto o Brasil quanto o Paraguai na cobrança de pênaltis, parece ser o maior vilão.
Além, claro do fator psicológico, bastante explorado no pós jogo, mas, de fato, um quesito capital no jogo de ontem, porque é evidente que a seleção não tem comando, dentro e fora de campo, mais além, não tem respaldo institucional para se apresentar dignamente.
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