A notícia FHC e Serra participam de encontro com intelectuais em São Paulo, publicada pelo portal G1 narra o encontro realizado ontem para apoiar a campanha tucana nas eleições de São Paulo.
Vamos a parte que me chamou a atenção.
A jornalista do G1, Giovana Sanches,
citou como exemplos de intelectuais e artistas presentes no encontro os
seguintes nomes: Agnaldo Timóteo, Bruna Lombardi, João Grandino Rodas,
Celso Lafer e Odilon Wagner.
Vou presumir que a jornalista fez um
bom trabalho na redação da notícia e citou os nomes de maior destaque.
Dito isso, analiso os nomes citados.
Celso Lafer
Ministro de Relações Exteriores no governo Collor e FHC.
O renomado historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira critica duramente a atuação do ex-ministro durante a gestão FHC.
No livro “As relações perigosas:
Brasil-Estados Unidos (de Collor a Lula, 1990-2004)”, Bandeira relata
alguns episódios de Lafer no comando do ministério de Relações
Exteriores.
Entre eles, a exoneração do embaixador
Samuel Pinheiro Guimarães, que dirigia o Instituto de Pesquisa de
Relações Internacionais (IPRI) do Itamaraty, por ter alertado o governo
sobre os riscos da implantação da Alca. Cita também a atitude covarde
de Lafer ao ceder as pressões dos EUA para afastar José Maurício
Bustani da direção da Organização para a Proibição de Armas Químicas
(OPAQ), ligada à ONU, por ter tentado evitar a guerra no Iraque.
Bandeira também lembra os discursos do ex-ministro sugerindo a
participação do Brasil na guerra do Iraque baseando-se no Tratado
Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR).
Segundo Bandeira, o ápice dessa postura
servil aconteceu quando o ex-ministro aceitou tirar os sapatos nos
aeroportos dos EUA. Veja como o historiador descreve o episódio:
“Em 31 de janeiro de 2002, Celso Lafer,
ministro de Estado das Relações Exteriores do Brasil, sujeitou-se a
tirar os sapatos e ficar descalço, a fim de ser revistado por
seguranças do aeroporto, ao desembarcar em Miami. Esse desaire,
ele novamente aceitou, antes de tomar o avião para Washington, e mais
uma vez desrespeitou a si próprio e desonrou não apenas o cargo de
ministro de Estado, como também o governo ao qual servia. E, ao
desembarcar em Nova York, voltou a tirar os sapatos, submetendo-se,
pela terceira vez, ao mesmo tratamento, humilhante, dispensado a um
dignatário estrangeiro, exatamente ele, o herói que tomara a iniciativa
de convocar a Reunião de Consulta da ONU, invocando o TIAR, para
demonstrar solidariedade com os Estados Unidos por causa dos atentados
de 11 de setembro”, registra.
Aguinaldo Timóteo
Cantor e vereador de São Paulo pelo PR,
Aguinaldo é conhecido por defender posições polêmicas. Em agosto deste
ano, o vereador defendeu a ditadura militar durante discurso na Câmara
Municipal de São Paulo.
“Não se pode condenar todo o Regime
pelos erros de alguns de seus agentes”, afirmou o vereador que tenta se
reeleger este ano. Não vejo um documentário falando das estradas que
os militares construíram, das grandes obras. Só falam mal, a grande
mídia faz uma perseguição odiosa ao Regime”, completou Timóteo.
Diante da vaia de cerca de 100
servidores municipais, o vereador usou toda sua educação e decoro.
“Calem a boca seus animais, seus idiotas!”, esbravejou contra aqueles
que discordavam da sua defesa do regime militar.
Aguinaldo Timóteo também possui
posições controversas em relação a homossexualidade. Em entrevista
concedida a Veja São Paulo, o vereador declara que é a favor “de que
pessoas do mesmo sexo se amem profundamente”. Porém, afirma ser
contrário “que essas pessoas agridam a sociedade com atitudes
irresponsáveis, vulgares e não convencionais”.
Perguntado pelo repórter sobre quais seriam essas atitudes, o vereador deu a seguinte resposta:
“Homens se beijarem no meio da rua e
mulheres se beijando. Isso é uma violência contra a família brasileira.
Viva sua vida na intimidade ou em bares especializados nisso. Tem tanta
boate LGBT por aí. Tanto lugar para se encontrarem..”, cravou Timóteo.
João Grandino Rodas
Atual reitor da USP e ex-diretor da Faculdade de Direito da USP, Rodas foi o primeiro graduado da São Francisco a ser declarado persona non grata pela própria faculdade.
Quando era diretor da Faculdade de
Direito, Rodas foi o responsável por solicitar a presença da tropa de
choque da PM, na madrugada do dia 22 de agosto de 2007, para expulsar
do Pátio das Arcadas manifestantes que participavam da Jornada em
Defesa da Educação, na qual estavam presentes representantes da União
Nacional dos Estudantes (UNE) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra (MST).
Rodas também foi quem lavrou o
documento que viabilizou a entrada da PM no campus da USP, em 2009,
durante a gestão do então governador José Serra. Em agosto de 2011,
Rodas assinou um convênio com a Polícia Militar para que esta pudesse
entrar na universidade definitivamente.
Cabe lembrar que Rodas não foi eleito
pela comunidade acadêmica. Seu nome era o segundo colocado numa lista
de três indicações. Ainda durante a gestão de José Serra, Grandino
Rodas foi escolhido reitor da USP através de um decreto publicado no
dia 13 de novembro de 2009. A última vez que um governador não acatou o
nome mais votado pela comunidade acadêmica — utilizando-se de um
dispositivo legal criado no regime militar — foi durante a gestão do
governador Paulo Maluf, que indicou Miguel Reale para assumir a
reitoria entre 1969 e 1973.
Odilon Wagner
De acordo com nota
publicada pelo colunista da revista Época, Felipe Patury, o ator foi
contratado pelo PSDB para ministrar cursos de mídia para os candidatos
tucanos a prefeito das capitais. Explicado o apoio e fim da análise.
Bruna Lombardi
Não sabia que Bruna Lombardi era artista e nem intelectual. Pensei que ela só trabalhava em novelas da Globo.
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