quinta-feira, 20 de setembro de 2012

POLÍTICA - Tensão na reta final das eleições em SP.

POR MARINA DIAS no Terra Magazine.
Os últimos dezoito dias antes da eleição prometem ser tensos para PT e PSDB em São Paulo. Os candidatos Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) disputam lugar no segundo turno contra o líder das pesquisas, Celso Russomanno (PRB). E a estratégia para a reta final, além de acalmar os ânimos, é claro, será bastante parecida entre petistas e tucanos: "reconquistar" eleitores que votavam em Serra ou Haddad mas que, por algum motivo, migraram a preferência para Russomanno.
Aliados do tucano afirmam que o candidato está tenso e apreensivo e que isso tem refletido em sua equipe de campanha. Na tarde de terça-feira (18), quando participou de encontro em São Paulo com artistas e intelectuais, organizado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Serra disse ser "um obstáculo" o fato de muitos eleitores ainda acharem que ele não irá cumprir os quatro anos de mandato caso for eleito prefeito da cidade.
O tucano também afirmou que, para ganhar as eleições em 7 de outubro, é preciso "sair do casulo" e chamou o cenário político em São Paulo de "complexo". "Não podemos errar. Temos que criar uma onda eleitoral. Será um processo complexo, visto o cenário que está exposto agora". Serra falou para cerca de 200 pessoas no cinema do Reserva Cultural, na Avenida Paulista.
O coordenador da campanha do PSDB paulistano, Edson Aparecido, reconheceu que o momento é de apreensão, mas ponderou qualquer tensão do candidato. "Serra quis dizer que, nesses últimos 20 dias, precisamos criar uma onda para trazer de volta votos que eram dele no centro expandido da cidade e que foram para o Russomanno", declarou a Terra Magazine.
Segundo Aparecido, pesquisas internas do PSDB indicam "estabilidade" das intenções de voto de Serra e uma "ligeira queda" das do líder Celso Russomanno. "Quem for mais eficiente nesse briga por reconquistar votos que eram seus irá para o segundo turno", sentencia o dirigente tucano.
Petistas
Do outro lado, o PT de Fernando Haddad também aposta fichas na reconquista dos votos que sempre foram cativos do PT na periferia e que, este ano, passaram para Russomanno.
Para isso, a agenda do candidato será focada nessas regiões, com comícios e caminhadas com a presença do ex-presidente Lula e da ex-prefeita de São Paulo e ministra da Cultura, Marta Suplicy, bastante representativa entre os petistas.
Outra discussão travada na campanha do PT é o tom que será adotado nas últimas semanas. Há quem defenda programas de rádio e TV "mais humanos", dirigidos a setores mais pobres da capital, inclusive para polarizar com Russomanno, que ganhou força nessas regiões. Enquanto outro grupo, liderado pelo marqueteiro João Santana, prefere uma campanha mais "propositiva", seguindo uma linha mais geral, como tem sido feito desde 21 de agosto, estreia do horário eleitoral gratuito.

Nenhum comentário: