Serra ataca de mensalão contra Haddad
Com Celso Russomanno, do PRB, cada vez mais garantido no segundo turno, voltando aos 35% no novo Datafolha divulgado nesta quinta-feira, a disputa em São Paulo se limita a tucanos e petistas em busca da outra vaga.
José Serra parou de cair, subiu um ponto e voltou a 21%.
Fernando Haddad parou de subir e caiu dois pontos, ficando em 15%.
Podem parecer pequenas as variações que deixaram Serra isolado no segundo lugar fora da margem de erro, mas o mais importante mudança apontada por esta pesquisa foi a inversão das curvas de Serra e Haddad.
A "boca do jacaré" vinha fechando desde julho, semana a semana, apontando para uma ultrapassagem de Haddad sobre Serra.
Aconteceu exatamente o contrário: a boca das curvas abriu para Serra e, agora, a pouco mais de duas semanas da eleição, fica muito difícil inverter novamente esta tendência.
E que fato novo pode explicar este cavalo de pau de uma semana para outra, justamente quando entraram em cena os apoios da presidente Dilma e da ex-prefeita Marta para Haddad, que já tinha a seu lado o ex-presidente Lula, enquanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fazia um "pronunciamento" contra a corrupção no programa de Serra?
Com seus índices de rejeição batendo recordes, tendo que carregar nas costas o mal avaliado prefeito Gilberto Kassab e a desconfiança do eleitorado, Serra parecia sem discurso, sem bandeira e impotente para mudar os rumos da sua campanha caminhando para o buraco.
Perdido por perdido, o tucano deixou de lado o lero-lero da propaganda eleitoral sobre o que fez, deixou ou promete fazer na cidade, politizou a campanha e partiu com tudo para cima do PT, de Fernando Haddad, seus apoiadores e aliados.
Botou o mensalão na roda e passou a fazer o que mais sabe e gosta: atacar seus adversários, jogar nos erros deles, bater pesado.
É verdade que Serra recebeu um prato feito, como já estava previsto, desde que a pressão dos partidos de oposição e da mídia colocou o processo do julgamento do mensalão em pauta para coincidir com a campanha eleitoral.
Agora já não se sabe onde termina o noticiário e onde começa a propaganda eleitoral do PSDB, já que virou tudo uma coisa só. Juntou a fome com a vontade de comer, a hora da revanche longamente aguardada.
O julgamento no STF serviu como gancho para desencadear um verdadeiro massacre contra os governos do PT, seus líderes e candidatos, que não sabem como reagir.
Enquanto isso, o programa eleitoral de Fernando Haddad continua na mesma toada, com o candidato andando pela cidade e falando de bilhete único mensal, arco do futuro, planos para a segurança, a educação, a saúde... _ e o pau comendo nos comerciais tucanos.
Quando a campanha do PT se deu conta, seus advogados fizeram aquela lambança de pedir a proibição do comercial em que o PSDB liga Haddad aos réus do mensalão e a Paulo Maluf, por considerar a propaganda "manifestamente degradante". Perderam na Justiça e obrigaram o candidato a ficar se explicando.
A pesquisa anterior do Datafolha já tinha dado a pista para os comitês do PT e do PSDB: 45% dos eleitores responderam que o julgamento do mensalão poderia, sim, influenciar o seu voto.
Para completar o quadro desfavorável ao PT, o implacável ministro relator Joaquim Barbosa decidiu fatiar o fatiamento do processo, de tal forma que o julgamento dos réus do partido aconteça exatamente nos dias que antecedem a votação no primeiro turno das eleições municipais.
Tão determinados estão a acabar com a raça do adversário, como queria o desaparecido aliado Jorge Bornhausen, os tucanos acabaram se esquecendo do líder Celso Russomanno, que não só tem larga vantagem sobre Serra nas projeções para o segundo turno (57 contra 31%) como agora ameaça atropelar na reta final para tentar decidir tudo no primeiro.
Russomanno já tem praticamente, com seus 35%, o mesmo indíce de intenção de votos dos seus dois principais adversários somados(36%). Na populosa periferia da zona leste, segundo o Datafolha, o candidato do PRB já chegou aos 46%, enquanto seus adversários juntos somam 40%.
É difícil, mas não totalmente impossível, que a guerra desencadeada entre PSDB e PT, com altos riscos para os dois partidos na tentativa de garantir um lugar no segundo turno, acabe empurrando o candidato do PRB para a vitória já no dia 7 de outubro.
Uma pergunta aos caros leitores do Balaio: como andam as coisas na campanha eleitoral em seu bairro?
Daqui da minha janela, pelo barulho frenético dos carros de som o dia inteiro, parece que Russomanno é candidato único. E olhem que eu não moro na periferia da zona leste, mas no tradicional reduto tucano do Jardim Paulista...
Blog R7 do Ricardo Kotscho
José Serra parou de cair, subiu um ponto e voltou a 21%.
Fernando Haddad parou de subir e caiu dois pontos, ficando em 15%.
Podem parecer pequenas as variações que deixaram Serra isolado no segundo lugar fora da margem de erro, mas o mais importante mudança apontada por esta pesquisa foi a inversão das curvas de Serra e Haddad.
A "boca do jacaré" vinha fechando desde julho, semana a semana, apontando para uma ultrapassagem de Haddad sobre Serra.
Aconteceu exatamente o contrário: a boca das curvas abriu para Serra e, agora, a pouco mais de duas semanas da eleição, fica muito difícil inverter novamente esta tendência.
E que fato novo pode explicar este cavalo de pau de uma semana para outra, justamente quando entraram em cena os apoios da presidente Dilma e da ex-prefeita Marta para Haddad, que já tinha a seu lado o ex-presidente Lula, enquanto o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fazia um "pronunciamento" contra a corrupção no programa de Serra?
Com seus índices de rejeição batendo recordes, tendo que carregar nas costas o mal avaliado prefeito Gilberto Kassab e a desconfiança do eleitorado, Serra parecia sem discurso, sem bandeira e impotente para mudar os rumos da sua campanha caminhando para o buraco.
Perdido por perdido, o tucano deixou de lado o lero-lero da propaganda eleitoral sobre o que fez, deixou ou promete fazer na cidade, politizou a campanha e partiu com tudo para cima do PT, de Fernando Haddad, seus apoiadores e aliados.
Botou o mensalão na roda e passou a fazer o que mais sabe e gosta: atacar seus adversários, jogar nos erros deles, bater pesado.
É verdade que Serra recebeu um prato feito, como já estava previsto, desde que a pressão dos partidos de oposição e da mídia colocou o processo do julgamento do mensalão em pauta para coincidir com a campanha eleitoral.
Agora já não se sabe onde termina o noticiário e onde começa a propaganda eleitoral do PSDB, já que virou tudo uma coisa só. Juntou a fome com a vontade de comer, a hora da revanche longamente aguardada.
O julgamento no STF serviu como gancho para desencadear um verdadeiro massacre contra os governos do PT, seus líderes e candidatos, que não sabem como reagir.
Enquanto isso, o programa eleitoral de Fernando Haddad continua na mesma toada, com o candidato andando pela cidade e falando de bilhete único mensal, arco do futuro, planos para a segurança, a educação, a saúde... _ e o pau comendo nos comerciais tucanos.
Quando a campanha do PT se deu conta, seus advogados fizeram aquela lambança de pedir a proibição do comercial em que o PSDB liga Haddad aos réus do mensalão e a Paulo Maluf, por considerar a propaganda "manifestamente degradante". Perderam na Justiça e obrigaram o candidato a ficar se explicando.
A pesquisa anterior do Datafolha já tinha dado a pista para os comitês do PT e do PSDB: 45% dos eleitores responderam que o julgamento do mensalão poderia, sim, influenciar o seu voto.
Para completar o quadro desfavorável ao PT, o implacável ministro relator Joaquim Barbosa decidiu fatiar o fatiamento do processo, de tal forma que o julgamento dos réus do partido aconteça exatamente nos dias que antecedem a votação no primeiro turno das eleições municipais.
Tão determinados estão a acabar com a raça do adversário, como queria o desaparecido aliado Jorge Bornhausen, os tucanos acabaram se esquecendo do líder Celso Russomanno, que não só tem larga vantagem sobre Serra nas projeções para o segundo turno (57 contra 31%) como agora ameaça atropelar na reta final para tentar decidir tudo no primeiro.
Russomanno já tem praticamente, com seus 35%, o mesmo indíce de intenção de votos dos seus dois principais adversários somados(36%). Na populosa periferia da zona leste, segundo o Datafolha, o candidato do PRB já chegou aos 46%, enquanto seus adversários juntos somam 40%.
É difícil, mas não totalmente impossível, que a guerra desencadeada entre PSDB e PT, com altos riscos para os dois partidos na tentativa de garantir um lugar no segundo turno, acabe empurrando o candidato do PRB para a vitória já no dia 7 de outubro.
Uma pergunta aos caros leitores do Balaio: como andam as coisas na campanha eleitoral em seu bairro?
Daqui da minha janela, pelo barulho frenético dos carros de som o dia inteiro, parece que Russomanno é candidato único. E olhem que eu não moro na periferia da zona leste, mas no tradicional reduto tucano do Jardim Paulista...
Blog R7 do Ricardo Kotscho
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