"Os nossos jovens foram todos recrutados ou mortos em uma guerra sem sentido para nós: estão matando todos eles!". Essas são as dramáticas palavras que Carol, uma professora refugiada da Síria, dirige ao Papa Francisco durante a sua visita ao Centro Astalli, a estrutura gerida pelos jesuítas em Roma para a hospitalidade e a acolhida de imigrantes, refugiados e pessoas deslocadas.
A reportagem é do sítio Vatican Insider, 10-09-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
"Eu sou vítima de um conflito atroz que – lembra a mulher – conta até agora com mais de 2 milhões de refugiados". Conta Carol: "Eu sou professora, e os jovens e as crianças, por muitos anos, foram a minha razão de viver: eu sempre pensei que o ensino fosse um caminho para a paz, mas hoje todos os caminhos de paz e de liberdade na Síria parecem ter sido apagados para sempre. Nossos filhos são impedidos de ir à escola, porque hoje mandar uma criança para a aula significa aceitar o risco de não vê-lo mais voltar vivo".
A professora ressalta que "fugimos das nossas casas, das nossas famílias, do nosso passado, porque não temos alternativa. A única esperança é chegar vivos na Europa, uma Europa que sonhávamos aberta e acolhedora, mas, infelizmente, nem aqui os nossos sofrimentos encontram paz".
"Os nossos direitos humanos e a nossa dignidade – denuncia a mulher – muitas vezes são pisoteados pela indiferença e pela superficialidade com que somos tratados. Fugimos do horror, mas ainda não nos sentimos salvos. Nós, adultos, podemos suportar ainda mais dor, se isso servir para garantir um futuro de paz para os nossos filhos: pedimos pela sua possibilidade de crescer em um contexto de paz", conclui Carol.
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