segunda-feira, 7 de outubro de 2013

PROGRAMA MAIS MÉDICOS - Cadê a moral para protestar?

 

Corrupção na jornada de trabalho desmoraliza protestos de médicos

Era previsível. Pipocam denúncias de burlas nas jornadas de médicos pelo Brasilzão. A Folha de S. Paulo, que estimulou protestos corporativos dos jalecos brancos, volta suas baterias agora para as distorções no mercado de trabalho. “Descumprimento de jornada por médicos é alvo de apurações” destampa a manchete (28/09/2013). Em pelo SEIS estados há comprovações e inquéritos pelo não cumprimento da jornada de trabalho. Como é que médicos que não cumprem suas próprias jornadas de trabalho podem protestar contra o programa Mais Médicos? Eis a pergunta.

Em Minas Gerais, o Ministério Público, ao cruzar dados na rede do SUS descobriu coisas horrorosas. No Sudeste de Minas, os promotores cruzaram dados desde 2009 e constataram irregularidades, médicos vinculados a três empregos públicos, quando a Constituição proíbe acúmulo de mais de dois cargos do mesmo tipo. Há 100 inquéritos envolvendo funcionários das redes estadual e municipal – 90% deles, médicos. São 94 municípios do Sudeste de Minas prejudicados por crimes de falsidade ideológica e improbidade administrativa.
Em Santa Catarina, o TCE constatou problemas no Hospital Regional de São José, na Grande Florianópolis, onde apenas 8% dos médicos dos centros cirúrgicos cumpriam 80 horas mensais contratadas, 65% não cumpriam a jornada de trabalho e 27% não tinham sequer REGISTRO. No Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, de 13 mil horas contratadas em 2011, apenas 5,4 mil constavam como de fato trabalhadas.

Em Mato Grosso do Sul, o assunto virou CPI na Assembléia, para apurar irregularidades na gestão de recursos do SUS. O mesmo problema foi detectado nas maiores cidades, como Campo Grande, Dourados, Corumbá, Naviraí e Ponta Porã.  Tem médico contratado por 8h, mas que não cumpre nem duas horas.
No Piauí houve intervenção no Hospital Dirceu Arcoverde, em Parnaíba. Em Alagoas, os médicos peritos contratados para 20 horas cumpriam 9 horas nos IMLsde Maceió e Arapiraca.

Em São Paulo, o município de Araraquara declarou “guerra” ao não cumprimento dos horários dos médicos, que fizeram greve por causa da instalação de pontos eletrônicos.
E vejam que as investigações sequer chegaram à Bahia. Será gente desse tipo que hostiliza médicos cubanos nas ruas, aeroportos e redes sociais?

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