“Não tenho medo de comparar nenhuma área com a deles”, afirma Lula
Em sua fala, o ex-chefe do governo petista defendeu a realização da Copa do Mundo no Brasil, a se iniciar no próximo mês, comentou a virulência dos ataques da oposição/imprensa contra a presidenta Dilma Rousseff, falou sobre as eleições deste ano e enfatizou a necessidade de uma regulação da mídia avaliando, ainda, o fundamental papel da blogosfera hoje no país.
O ex-mandatário lembrou da violência com que foi tratado pela sua entrevista exclusiva aos blogueiros no Instituto Lula: “Eu me dou o direito de dar entrevista para quem eu quero, na hora que eu quero”, explicou. E brincou: “Não vale mais a pena chorar, porque o jornal só fala mal de mim”.
A importância da regulação da mídia
Convencido da importância da regulação da mídia, o ex-presidente lembrou que “todas as sociedades democráticas do mundo contam com mecanismos de regulação dos meios de comunicação”, citando os exemplos da Itália, França, Portugal, Estados Unidos entre outros. E até o da Inglaterra, onde regulação recentemente estabelecida e aprimorada, passou até pelo crivo da chefe do Estado, a Rainha Elizabeth II – num ato praticamente inédito, já que ela constitucionalmente nunca opina sobre questões políticas.
“Não venham dizer que isso (a regulação) é censura, ou que estamos querendo controlar os meios de comunicação. Estou citando países capitalistas”, afirmou o petista, reforçando: “Queria que ficasse claro que ninguém quer censurar ninguém. Queremos apenas gritar mais alto ‘Liberdade, liberdade, abre as asas sobre nós”.
“Não temos que ficar chorando dentro dos gabinetes e reclamando dos meios de comunicação”, afirmou, dimensionando a importância da blogosfera para a comunicação no país. O ex-presidente também disse ter mais consciência hoje da briga pela regulação da Comunicação do que tinha ontem – e que espera ter ainda mais consciência amanhã. Alertou, ainda, que onde puder falar sobre o tema o fará. E defendeu o acesso à banda larga (internet rápida) a todos os brasileiros.
Reforma Política
Já sobre a pauta negativa (tão exaustivamente explorada pela parceria mídia/oposição) neste ano eleitoral, o ex-presidente alertou sobre a “campanha sistemática” que existe para atacar a política no país. Afirmou que o processo de negação da política não melhorou nenhum país do mundo. “Eu não acredito em política sem esperança”, disse ao frisar que a política é “esculhambada” pela televisão brasileira. “Temos que ter orgulho de fazer política”, aconselhou.
O ex-presidente afirmou-se, também, convicto de que a composição parlamentar atual nesta legislatura do Congresso Nacional não fará a reforma política que o país precisa. Pode, no máximo avançar em um ou outro ponto. “Esse Congresso não fará a reforma política. Ela será feita se tivermos uma Constituinte (exclusiva) para fazer a Reforma Política. Temos de ter clareza disso”.
Para o auditório lotado de blogueiros, ativistas sociais e, também, com as presenças do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) entre outros parlamentares, e do pré-candidato do PT a governador paulista, Alexandre Padilha, o ex-presidente falou de política nacional e brincou com o prefeito paulistano: “Eu não conheço ninguém que no primeiro ano (de governo) levou a quantidade de porrada que você tomou”.
O ex-presidente falou sobre a “crise hídrica” (racionamento de água na Capital, Grande São Paulo e municípios do entorno) no Estado de São Paulo e ironizou o “choque de gestão” tucano. “Choque de gestão significa redução de salário e dispensa de trabalhador”.
Copa
Defensor inconteste do Mundial que lutou para trazer ao Brasil, o ex-presidente reforçou a importância da Copa para que o Brasil se mostre ao mundo, para “mostrar a beleza desse povo, esse povo alegre, respeitoso”. Também defendeu que o Brasil se mostre sem máscaras, “sem esconder quem está nas ruas”, porque quem está lá “também é brasileiro como nós”, justificou afirmou o ex-presidente.
Já em relação às mobilizações contrárias ao Mundial, o ex-presidente foi claro: “Não vamos ficar com medo de ter passeata, de greve, nascemos com isso. Minha bursite é de tanto carregar faixa”. Ele também falou sobre a questão do uso de máscaras nos protestos, concluindo: “não precisa de lei (para coibir o uso). Precisa da sociedade atenta, porque um cara que sai mascarado nas ruas não têm boas intenções”.
O ex-presidente Lula também citou vários números que atestam o desempenho positivo dos governos petistas, destacando não nos faltar argumento para enfrentar os desafios deste ano. “Não tenho medo de comparar nenhuma área com a deles”, afirmou. Para citarmos apenas alguns, os R$ 452 bi investidos em Educação e Saúde, além das 18 universidades federais criadas nos últimos 12 anos.
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