sexta-feira, 16 de maio de 2014

POLÍTICA - As armas usadas contra o PT.

Vilania e covardia: as armas usadas contra o PT

Por Davis Sena FilhoBlog Palavra Livre



De agora em diante e cada vez mais a direita brasileira, herdeira da escravidão e violenta por natureza, vai brandir seu tacape com mais ferocidade contra o Governo trabalhista do PT. A intenção é destruí-lo e para isso não haverá limites e muito menos ponderação contra as conseqüências que é a desconstrução e o aniquilamento do partido mais importante e organizado da história do Brasil, forjado nas lutas sociais e de classes, bem como vinculado a inúmeros setores e segmentos da sociedade.

O PT não somente dos operários, mas também força e voz dos intelectuais das universidades federais, que, juntamente com a Igreja Católica progressista e suas Comunidades Eclesiais de Base (CEB), com opção preferencial pelos pobres, fundaram o partido mais popular do Brasil em todos os tempos, a superar, inclusive, o grande Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) de Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola, San Tiago Dantas e Alberto Pasqualini. O PTB, construtor da Vale do Rio Doce, da Petrobras, da CSN, e formulador da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O Partido dos Trabalhadores, herdeiro do PTB, porém, mais orgânico, porque presente em quase todos os setores da sociedade e, consequentemente, a agremiação política mais democrática e que nunca, mesmo a controlar a Presidência da República há 12 anos, reprimiu quaisquer movimentos sociais e reivindicações de trabalhadores, ao contrário do que se sucedeu no governo de Fernando Henrique Cardoso — o Neoliberal I —, aquele que afundou o Brasil três vezes, porque foi ao FMI três vezes, de joelhos, humilhado, pois com o pires nas mãos.

O PT é alvo constante de uma das classes dominantes mais perversas e violentas do mundo: a brasileira. A classe que passou séculos a disfarçar sua natureza mórbida, seu caráter mau, seu juízo de valor racista, bem como seu diabólico preconceito de classe, que se baseia na intolerância, que a leva à violência. Os grupos econômicos, os midiáticos, em especial, os partidos que rezam pelas cartilhas dos ricos e dos interesses de governos internacionais (EUA/UE) são os combustíveis, a força motriz que edifica muros e implanta cercas para impedir que o Brasil seja, de fato, independente e que seu povo se emancipe definitivamente.

Com o fim do PTB como partido trabalhista, em plena redemocratização do País, no início da década de 1980, surgiu o PT, a partir da vontade e do desejo dos trabalhadores do ABCD paulista, à frente o operário Luiz Inácio Lula da Silva, que décadas depois se tornaria um dos presidentes mais populares da história do Brasil, a rivalizar com o estadista Getúlio Vargas. Lula deixou a Presidência com mais de 80% de aprovação, índices maiores que o do famoso político comunista e revolucionário, Nelson Mandela, quando terminou seu mandato de presidente da República da África do Sul.

Contudo, e apesar de tudo, o campo da esquerda trabalhista sempre foi combatido ferrenhamente pela direita brasileira, com o apoio e a cumplicidade dos grandes capitães da indústria e dos banqueiros internacionais, os mesmos que elegem os presidentes dos Estados Unidos e dos principais países europeus, hoje decadentes para a infelicidade da “elite” brasileira e de seus coxinhas de classe média amestrados, mas ferozes, que replicam, muitas vezes sem saber por quê, os valores e os princípios da classe dominante da qual essa gente formalmente mediana jamais vai fazer parte. Assunto para a psiquiatria resolver.

Entretanto, o que está em jogo não é somente a existência do PT, o partido nascido revolucionário e que hoje, sem sombra de dúvida, transformou-se em uma agremiação política reformista, que formalizou alianças com setores conservadores, para, prioritariamente, vencer as eleições de 2002, depois conseguir a maioria no Congresso, e, por seu turno, poder governar. Governabilidade que seria impossível de acontecer no primeiro Governo de Lula, que quase sofreu um golpe no ano de 2005, quando o presidente trabalhista teve que ameaçar ir às ruas, ao afirmar aos seus ministros: "Olhem, vocês fiquem aqui porque essa gente vai me enfrentar é na rua".

Posteriormente, Lula afirmou: “Se a direita quer luta de massas, vamos fazer luta de massas”. Acontece que o problema maior do PT é que a direita esteve no poder durante séculos e a máquina estatal ainda “pertence” à burguesia, tanto em âmbito federal quanto nas esferas estaduais. Não é à toa que hoje um partido de vocação democrática e voltado às massas se depare com um processo de destruição de sua imagem e as prisões injustas e sem provas contundentes para colocar em presídio lideranças petistas históricas e que influenciaram na construção de um partido com vocação para governar e lutar para distribuir renda e riqueza.

Um partido de massas que, sobremaneira, não agrada aos donos dos meios de produção e que ainda controlam setores influentes de partidos políticos conservadores, do Executivo, do Judiciário, do Congresso e do Ministério Público Federal. O Estado burguês em toda sua intolerância e violência política e de coerção contra setores e segmentos populares que ousaram colocar a cabeça de fora do quadrado estabelecido no decorrer de séculos pelas classes dominantes.

As mesmas que escravizaram seres humanos durante quase quatro séculos, porque, evidentemente, não toleram e demonstram inconformismo com a ascensão social de milhões de miseráveis, que superaram ou transpuseram a linha de pobreza, bem como o ocorrido com os pobres, a classe média baixa e setores da classe média tradicional, que passaram a ter o direito de consumir, de forma plena, e a cooperar para que a roda da economia gire sem parar, e, consequentemente, a permitir, ininterruptamente, que nos últimos 12 anos fossem criados cerca de 20 milhões de empregos, realidade que transformou o Brasil em um dos mercados internos mais poderosos, pujantes e atrativos do mundo.

Se alguma pessoa de direita ou simplesmente incrédula não acredita nos fatos, faça, então, o favor de se levantar de seu sofá e pergunte aos empresários e a seus gerentes, mesmos os reacionários e ingratos, o quanto de dinheiro eles ganharam nos últimos 12 anos com o País sob a batuta dos presidentes trabalhistas Lula e Dilma Rousseff. Ponto! Enquanto isso, a Europa Ocidental, referência da classe média coxinha e dos ricos empedernidos e portadores de um incomensurável e inenarrável complexo de vira-lata, pois colonizados desde os tempos do capitão-mor e fidalgo Pedro Álvares Cabral, está a enfrentar, desde o ano de 2008, uma crise sem precedente, que superou, inclusive, o crash de 1929, que levou a economia dos Estados Unidos e de países europeus à bancarrota.

Depois de anos a ser apedrejado pelo poderoso sistema midiático privado, alinhado aos interesses de classe e internacionais, o PT finalmente percebeu, talvez tardiamente, que não apenas a imprensa de negócios privados e alienígena se contrapõe aos seus programas de governo e projeto de Pais, mas, sobretudo, agentes do estado brasileiro com poder decisório, de mando, que rivalizam com o PT e o Governo trabalhista, porque filhos diletos e fiéis da burguesia nacional, a exemplo dos juízes do STF e STJ, dos promotores e procuradores, de muitos delegados da Polícia Federal, bem como generais, almirantes e brigadeiros, politicamente e ideologicamente conservadores.

Esses grupos políticos e quase anônimos se juntam, discretamente, aos partidos de direita e aos magnatas bilionários de todas as mídias, em uma frente política que age e atua como formiguinha e atenta, ordinariamente, contra o estado democrático de direito, a Constituição e a democracia, sem se prenderem a questões institucionais e éticas, porque a briga pelo poder vai muito além do jogo democrático e das regras e normas eleitorais vigentes. Esse modus operandi é como uma colcha de retalhos onde os desenhos são disformes e se misturam como se fossem um só, a impedir a percepção e o discernimento de quem tenta distinguir as figuras da colcha ora observada, que na verdade trabalham nos bastidores do poder.  

A direita domina e conhece como ninguém esses mecanismos, pois fez caixa dois a vida inteira, além de contar com a permissividade de pessoas que controlam os órgãos de repressão e fiscalização. Tanto é verdade que nenhum dos principais membros dos que transitam pelo espectro da direita está preso ou a responder processos, que são publicados em manchetes da mídia venal quando se trata do PT. A imprensa de mercado e de natureza golpista jamais vai dar repercussão às tramoias, aos golpes e aos crimes de seus aliados políticos, pois eles o são instrumentos de defesa dos interesses da burguesia nacional e internacional. Para quem não sabe ou finge não saber desse processo hipócrita e draconiano, é exatamente dessa forma que a banda toca. Ponto!

Quando juízes e promotores, a exemplo de Marco Aurélio de Mello, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa e Roberto Gurgel, entre outros, imputam culpas a terceiros sem terem em mãos provas inquestionáveis, bem como deitam falação sobre a vida política do País, além de asseverarem opiniões ao público sobre fatos e questões de pessoas que estão a ser julgadas por eles, realmente não se pode tergiversar sobre a má conduta dessas autoridades. Tais indivíduos, na verdade, não são apenas agentes de estado concursados ou nomeados. Sobretudo, são políticos, que, obviamente, têm lado, preferência e cor, do jeito que ensinaram seus pais, as escolas que frequentaram, as igrejas em que rezaram e a classe social a qual pertencem.

Eles se aproveitam de seus cargos para defenderem suas ideologias, preferências políticas, bem como favorecer seus aliados, atualmente exemplificados nos tucanos, que até hoje não foram objetos de julgamento do mensalão do PSDB, que é mais antigo do que o do PT, este que, evidentemente, nunca existiu, porque nunca foi juridicamente comprovado, mesmo com a arbitrariedade do “domínio do fato” imposto por juízes e promotores de direita, que detestam o PT, os trabalhistas, os socialistas e lutam diuturnamente contra a ascensão social do povo brasileiro. E por quê? Porque se tem uma coisa que essa “elite” infame e perversa detesta, mais do que ver o pobre melhorar de vida, é ter de dividir seu espaço com aqueles que ela considera seus empregados e por isso pessoas inferiores.

Nada como a declaração da dondoca Danuza Leão quando disse que ficou sem graça ir a Nova Iorque ou a Paris e ter que encontrar na rua o seu porteiro. Para a socialite, viajar ao exterior ficou sem graça, porque a “graça” era exatamente não ver a cara de gente pobre. É dessa maneira que funciona a cabecinha preconceituosa e arrogante dessa gente, que, equivocadamente, considera sua classe acima das outras quando na verdade é a classe dos trabalhadores que carrega quaisquer nações nas costas.

Danuza é um blefe, como o é também a classe dominante, que prega a separação entre as pessoas, porque aposta em um País VIP, disposto a trabalhar e dar lucros para poucos, que, sectários e insidiosos, preferem ver o mundo pegar fogo a ter que conviver com as desigualdades, e, mais do que isso, aceitar que os desiguais e os diferentes sejam tratados de forma desigual e diferente, porque somente com esse propósito se alcançará a igualdade e a paridade entre as pessoas, porque afinal a maioria deseja e quer um País de classe média, como acontece nos Estados Unidos e na Europa, tão admirados pelos coxinhas reacionários de classe média, que adoram ir também a Orlando para ver o Mickey e poder bancar o Pateta.

O PT é o alvo da direita. José Dirceu está preso, encarcerado e mesmo assim não sai das manchetes de conotações mequetrefes e não consegue sair da prisão para trabalhar. O político petista foi punido pelo plenário do STF com uma pena de regime semiaberto. O senhor condestável juiz Joaquim Barbosa não permite que o preso tenha seus direitos constitucionais e penais respeitados. Joaquim Barbosa atende aos desejos da direita brasileira e tem como seu porta-voz principal as Organizações(?) Globo, aquelas empresas midiáticas dos Marinho que teimam ousadamente interferir no processo político brasileiro.

A empresa golpista de 1964, além de ter sido protagonista do caso Proconsult que quase roubou a eleição de Leonel Brizola em 1982, bem como editou criminosamente o último debate entre Lula e Collor, em 1989, a favorecer o segundo a apenas dois dias da votação. Interferiu também em 2006 e 2010 quando ajudou a levar os candidatos tucanos, seus aliados e cúmplices, ao segundo turno. Quem não se lembra do caso rastaquera e mequetrefe da bolinha de papel, que quase “causou” um “AVC” em José Serra e desmascarado por uma reportagem do SBT?

Agora, o senhor midiático e mais vaidoso do que um pavão, juiz Marco Aurélio de Mello, resolve afirmar que o PT pagou com o fundo partidário a defesa de seus militantes condenados por causa do “mensalão”. Até hoje tal caso não foi juridicamente comprovado, para o desgosto da magistratura que o condenou sem provas e que, no futuro, por intermédio da História, vai ter sua atuação e ação duramente questionadas. Afinal, Joaquim Barbosa, por exemplo, criou sua própria jurisprudência e resolve, a seu bel-prazer, prender e libertar quem ele quiser e desejar, pois, sois rei, sois rei, sois rei!... E que se dane a jurisprudência brasileira e a legalidade do estado de direito.

Em plena democracia, juízes se transformam em algozes, verdadeiros verdugos e assombram a quem discorda de tanta arbitrariedade e casuísmo em plena democracia. E tudo isso para derrotar o maior partido criado no Brasil em todos os tempos — o PT. Evidentemente, que toda instituição, agremiação política, associação, empresa pública ou privada, entidade possui em seus quadros pessoas que incorrem em erros, malfeitos, corrupções e crimes. E o PT, a exemplo de outros partidos, também está à mercê de malfeitores.

Porém, é inadmissível, além de ser uma grande covardia, tratar um partido da grandeza histórica do PT como um covil de malfeitores quando sabemos que a Polícia Federal nunca prendeu tanto, investigou tanto exatamente nas administrações do PT. Quem duvida, levante-se do assento e acesse os sites da Polícia Federal e do Ministério da Justiça. Verifique e veja, e pare de falar bobagem por acreditar na imprensa corporativa e corrupta. Não engravide pelos ouvidos. Compare os números de prisões entre a PF do PT e a PF do PSDB. São incomparáveis, porque os governantes trabalhistas realmente combateram a corrupção.

O PT está a ser sufocado e mal consegue respirar. Não é fácil enfrentar o status quo, o establishment, que enfrentam o Governo a partir das entranhas do próprio estado. Marco Aurélio de Mello e Gilmar Mendes, de tempos em tempos, enfatizam dúvidas a respeito do PT e de seus integrantes à imprensa alienígena. Gilmar disse certa vez que a vaquinha do PT para pagar multas dos petistas presos poderia ser lavagem de dinheiro. Um absurdo, mas calculado para gerar polêmicas, virar manchetes de jornais e causar mais desgastes à imagem dos presos e do partido junto à população.

Já Marco Aurélio, ainda presidente do TSE e que deixou recentemente o cargo ao ser substituído pelo ministro Dias Toffoli, afirmou que o PT bancou a defesa dos réus da Ação Penal 470. A declaração do juiz foi publicada no Estadão, um jornal provinciano, reacionário ao extremo e que até hoje o seu proprietário pensa que está a viver no período da República do Café com Leite. Lamentável, é o que eu tenho a dizer, porque a prestação de contas do Partido dos Trabalhadores ao Tribunal Superior Eleitoral foi vazada. A intenção é sustentar a tese de que a agremiação trabalhista e socialista pagou a defesa dos réus com o dinheiro do fundo partidário.

Agora, as perguntas que se recusam a calar: “Quem cometeu o crime de vazar informações sigilosas do PT enviadas ao TSE cujo presidente era o vaidoso e direitista juiz Marco Aurélio de Mello”? Por que o PSDB, por exemplo, ou o DEM ou o PPS não tiveram suas contas vazadas por “alguém” do TSE ao Estadão? Pago um chopp para quem descobrir ou adivinhar quem foi o tosco, o leviano, o imprudente que faz política sem ser candidato a nada e resolve, arbitrariamente, vazar informações sigilosas sobre as contas do PT.

A verdade é que a direita quer também impedir o PT, o maior partido do Brasil e que administra o Governo Federal de ter direito ao fundo partidário. Seria cômico se não fosse trágico, bem como seria de bom alvitre que o PT parasse de ficar em estado de letargia e começasse responder à altura, inclusive por meio de denúncias, seja de quem for ou cargo que ocupe se, porventura, sentir-se prejudicado.

O PT não pode perder o poder de se defender, coisa que sempre soube fazer em sua história. Os parlamentares têm de ir para a tribuna das casas legislativas, a Secom tem de rebater acusações e ilações levianas, infundadas quando não mentirosas. E a Presidência da República tem de ir às televisões abertas e privadas e ocupar o tempo necessário para responder às acusações e denúncias que somente têm o propósito de desqualificar e desconstruir o Governo trabalhista e suas autoridades constituídas pelo povo, o verdadeiro dono da soberania dos governantes e deste País. A vilania e a covardia são as armas da oposição de direita contra o PT. É isso aí.  

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