sexta-feira, 26 de junho de 2015

POLÍTICA - Até onde quer ir? Até o Lula.

Empresas sobem o tom contra Moro. Sentiram que o doutor pensa em recuar?

  Autor: Fernando Brito
moronovo
Há uma mudança de comportamento nas partes em disputa na Operação Lava-Jato.
Depois da Odebrecht, a Andrade Gutierrez e a OAS dão sinais de que também vão reagir à ofensiva do juiz Sérgio Moro.
Segundo Sonia Racy, do Estadão, a primeira vai publicar um comunicado nos jornais onde, segundo ela, a empresa “considera inadmissíveis as prisões com base em presunções genéricas e depoimentos inverídicos.”
E “peita” a República de Curitiba, desqualificando as alegações da acusação, a que chama de “frágeis”.
E a OAS , por seus advogados, endureceu jogo, chamando Moro de “justiceiro” e parcial; os advogados também acusaram os procuradores de usar “provas ilícitas” e a criação de um cenário de “condenação antecipada” para os cinco executivos da empresa que são réus, segundo a Folha.
Moro, por sua vez, sabe que suas ordens de prisão se sustentam menos por seus fundamentos jurídicos e mais pelo receio dos juízes dos tribunais superiores de serem expostos à exibição como “defensores de empreiteiros” e “coniventes com a corrupção”.
Mas isso tem – e Moro sabe disso – um limite. Que já foi, ao que parece, levado ao extremo.
É possível que Moro contasse com um efeito político maior da prisão de Marcelo Odebrecht e talvez tenha se surpreendido com a disposição do empresário e da empresa em “bancar” o enfrentamento.
Infelizmente, o que deveria ser um processo judicial tornou-se, de forma evidente e escandalosa, um processo político.
Se Moro vai recuar e adotar novos métodos – que não seja o encarceramento até forçar a delação premiada – ou se vai, ao contrário, radicalizar ainda mais suas atitudes, é uma incógnita.
Minha opinião? Vai dar um passo atrás, até encontrar algum apoio para ir até onde quer ir.
Até Lula.

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