Obama confia mais no Brasil do que brasileiros
Na entrevista coletiva que Dilma Rousseff e Barack Obama concediam após o encontro dos dois na Casa Branca, na manhã desta terça-feira, uma repórter brasileira perguntou ao presidente americano se ele considerava o Brasil uma potência regional parceira dos EUA.
Diante da sabujice da pergunta, Obama deu uma lição a ela e aos brasileiros que estão deixando de acreditar no nosso país:
"O Brasil não é uma potência regional, é uma potência mundial".
Em seu discurso, o presidente americano já havia ressaltado a importância do encontro. "Nós somos parceiros em desafios globais, da promoção comercial à transparência governamental e ao combate ao tráfico de pessoas. À presidente Rousseff agradeço a sua parceria, a sua amizade e o progresso que estamos alcançando juntos. Acredito que esta visita marca o capítulo mais ambicioso na história dos nossos países".
Até que enfim alguém, fora do círculo palaciano de Brasília, falou da importância do Brasil com otimismo. Antes de Obama, por aqui, só ouvi alguém falar com tanto entusiasmo do nosso país no domingo passado, quando a corajosa atriz Marieta Severo foi ao programa do Faustão para espantar a urubuzada do pensamento único.
Depois da polêmica que provocou ao contestar um discurso do apresentador falando sobre a crise e a desesperança, Marieta explicou suas razões a Monica Bergamo, na Folha: "Foi uma resposta à maneira como ele falou, de que é um momento de desesperança, que a única coisa organizada no Brasil é o crime. Eu não concordo. Estamos num momento muito difícil, sim, com problemas na política, no governo, na economia. Não sou cega nem otimista tola. Mas já vivemos muitas crises e vamos sair de mais uma".
Grande Obama, grande Marieta, agradeço a vocês por me permitirem, depois de muito tempo, escrever um texto de bom astral, furando as nuvens negras que cobrem nosso país. Só por isso já valeu a visita da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos.
Vida que segue.
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