Ivan Valente: “Leopoldo López nada mais é que um aventureiro golpista”
Os acontecimentos recentes na Venezuela despertam novamente a preocupação dos segmentos comprometidos com a defesa da democracia e da justiça social em nosso Continente, lançando um novo sinal de alerta contra a ameaça de retrocessos.
A novidade desta vez foi a divisão da oposição venezuelana, liderada nas duas últimas eleições por Henrique Capriles, e a emergência de um novo “líder”, Leopoldo Lópes, defensor de métodos golpistas e principal estimulador das manifestações violentas que tem ocorrido nos últimos dias.
A conduta violenta e os propósitos golpistas de Leopoldo Lópes são questionados não apenas pelo governo venezuelano, mas também por Henrique Capriles, atual governador do estado de Miranda e candidato derrotado por Maduro nas últimas eleições presidenciais. Líder do segmento dito “mais moderado” da oposição, Capriles não apenas tem buscado se desvincular dos protestos violentos que ocorreram em Caracas, como também tem criticado abertamente Leopoldo Lópes.
“Para que serviu o ‘saia já’? Alguém que talvez não aprendeu nada durante estes anos, vai nos meter a todos no ‘saia já’?”, declarou Henrique Capriles, se referindo à campanha “A Saída” liderada por López e aludindo ao golpe de Estado contra Chávez em 2002, cujo desenlace minou a base política da oposição venezuelana por vários anos. “Com isso não estou de acordo e claramente me desvinculo”, afirmou Capriles aos meios de comunicação esta semana.
Para um melhor entendimento dos interesses que estão por trás do movimento liderado por Leopoldo López, é útil sabermos qual a origem deste “novo” (nem tão novo assim) porta-voz do golpismo venezuelano.
Ex-prefeito do município de Chacao (2000-2008), López, de 43 anos, vem de uma das famílias da elite venezuelana, ligada ao setor industrial e petroleiro. Lopez é apontado como homem de confiança, na Venezuela, do ex-presidente colombiano Alvaro Uribe – de extrema-direita. Como prefeito, participou ativamente do golpe de Estado contra o governo Hugo Chávez em 2002. O que lhe rendeu, com toda a justiça, o título de golpista.
Em busca de suas ambições pessoais, que inclui projetar-se candidato a presidente, López já passou por vários partidos. Após ter começado sua atuação no Primeira Justiça, o mesmo de Capriles, se filiou ao partido conservador Um Novo Tempo, e gora está no partido “Voluntad Popular”, fundado por ele próprio.
Segundo reportagem publicada no site da BBC Brasil, que não é um “instrumento” da comunicação chavista, Leopoldo López é definido por líderes políticos com um sujeito “imprevisível, arrogante e sedento de poder”, visto como um “maverick” na política venezuelana – termo utilizado para definir políticos que desobedecem a orientação e a linha do partido. Um político extremamente personalista, autoritário e pouco
institucional.
A habilidade de Leopoldo López “em promover rupturas entre aliados políticos também foi destacada com preocupação por um conselheiro político da embaixada dos Estados Unidos em Caracas. Em documento desclassificado de 2009 vazado pelo Wikileaks, Robin D. Meyer, qualificou a López como uma “figura divisora da oposição, arrogante, vingativo e sedento de poder””, diz o documento que tinha como enunciado
Não nos resta dúvida que Leopoldo López nada mais é do que um aventureiro golpista que despreza os espaços de disputa política institucional e democrático instituído em seu país. A Venezuela é uma democracia viva, sob a hegemonia de forças políticas comprometidas com a mudança social e o combate aos privilégios seculares das elites petroleiras venezuelanas, de quem Lópes é herdeiro.
Nenhum regime político no mundo atual tem tantas garantias democráticas quanto na Venezuela, onde as eleição são livres, a oposição lidera os principais meios de comunicação, há o instrumento do referendo a cada dois anos para respaldar ou não o mandato presidencial, e uma nova constituição aprovada em plebiscito por mais de 80% de sua população.
Por essa razão não cabe qualquer comparação entre as manifestações que ocorrem na Venezuela com as que ocorreram contra as ditaduras do mundo árabe. Sendo que na Venezuela, a maioria do povo defende o atual governo e a esmagadora maioria repudia o golpe.
Os setores democráticos devem repudiar qualquer tentativa de retrocesso e golpe de Estado na Venezuela. O caminho da mudança social que vem sendo trilhado pela revolução bolivariana está intrinsecamente ligado à ampliação da democracia e da participação popular.
Golpistas, não passarão!
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