terça-feira, 30 de junho de 2015

POLÍTICA - O ex-ministro e as vacas gordas.

O ex-ministro e as vacas gordas

A direitalha tem mostrado sua falta de educação para conviver no espaço público, que pensa que é seu e gostaria de privatizar completamente


Flavio Aguiar
Geraldo Magela/Agência Senado
A direita de cada pais tem o estilo que merece, e que, frequentemente, a desmerece.

Vi no vt em prestigioso jornal de província aí do Brasil mostrando o ex-ministrto Guido Mantega sendo agredido e insultado por um paspalho em restaurante paulistano, quando lá se encontrava com familiares.

A ascenção da desfaçatez da direita é hoje um fenômeno mundial. Aqui na Alemanha, por exemplo, queimam casas que são ou serão utilizadas para receber refugiados políticos ou econômicos.

No Brasil, sobretudo em S. Paulo, a direitalha mostra sua falta de educação e de decoro para conviver no espaço público, que pensa que é seu e que gostaria de privatizar completamente.

O vt dá o que pensar. Normalmente a carência é associada biblicamente a “vacas magras”, do sonho do faraó. No vt nao era o caso. O malfeitor era uma vaca gorda, gritando insultos, esbanjando grosseria, talvez tocados pelo vinho que bebera, certamente insuflado pela campanha midiática conservadora de linchamento do PT, do governo e dos petistas. Além dele uma outra vaca gorda se esganifiava em insultos, estes incompreensíveis, no fundo.

Há uma coisa interessante na exibição do vt. É bom ficar sabendo os lugares que estes panelinhas exaltadas frequentam, para evita-los.

Outro aspecto que chama a atenção é a pretensa isenção do jornal provinciano que exibe tal espetáculo. Na ausência de qualquer comentário a respeito, desabonando a conduta malfeitora (não precisa concordar com o ministro), a divulgação do vt (e eram 2!) exibe uma certa conivência com o insulto, eufemisticamente chamado de “hostilidade”, ao invés de “agressão”, que é o que é. Promove os insultantes, os malfeitores. Exalta sua falta de educação como qualidade. Dá notoriedade. Deseduca crianças que assistam a cena deprimente, no jornal que se deprime assim também.

Conheci o ex-ministro Guido Mantega nos tempos heróicos do Jornal Movimento. Grande figura, democrata da gema. Depois nos apartamos por estas vicissitudes da vida, mas encontrei-o algumas vezes, com sua afabilidade costumeira e cidadã. Inclusive aqui na Europa, onde ambas as cenas (as violências, como eu disse, aqui são outras, de outro estilo, mais trágico, menos bufo como a das vacas gordas). Infelizmente, ele tem o azar de ser reconhecível facilmente, e de viver numa cidade onde uma pretensa elite de espírito colonizado, provinciano, mal educada, grosseira, confunde insulto com protesto, neurastenia algo borracha com descontentamento. Mas aqui uma cena deste quilate seria impensável, bem como sua reprodução despudoramente “neutra” num jornal qualquer.

Já soube de outros tratamentos a ele dispensados, igualmente grosseiros e destemperados, intolerantes e fascitoides, até mesmo num hospital, e tratados com igual descaso pela mídia provinciana e insultadora igualmente pelo acolhimento indiferente de tais ameaças à cidadania, salvo melhor juizo (por favor, se alguém souber de algum comentário em nossa mídia conservadora desabonando estas vacas gordas, editorial ou de colunista, etc., me avise que eu divulgo aqui).

Solidariedade ao Guido, vergonha às vacas gordas.

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