Francisco de Assis: Congresso prepara presentão para Chevron & Cia; Dilma entregará?
Acidente em 2011 no Campo de Frade, na Bacia de Campos, provocou o vazamento de 3,7 mil barris de petróleo no litoral fluminense.
por Francisco de Assis
Em 10/06/2015, em vergonhoso comportamento no plenário do Senado, ninguém menos que o líder do Governo Dilma, senador Delcídio Amaral (PT-MS), aprovou explicitamente a proposta do PSDB que visa iniciar a liquidação do regime de partilha e de conteúdo local do pré-sal, tão duramente aprovados pelo Governo Lula em 2009.
Como mostrou o Wikileaks (aqui e aqui), na campanha presidencial de 2010, o senador José Serra (PSDB-SP), notório entreguista do patrimônio nacional (vide o livro Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr), em relato de Patrícia Padral, diretora da Chevron, garantiu e comprometeu-se, caso eleito, a mudar as regras a favor do interesse das petroleiras estadunidenses, dizendo-lhe o seguinte sobre a lei do pré-sal: “Deixa esses caras (do PT) fazerem o que eles quiserem. As rodadas de licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”.
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Pois bem, José Serra não foi eleito em 2010, e o PSDB foi derrotado também em 2014, pela quarta vez. No entanto, agora, em 2015, não é que Serra está prestes a cumprir o que prometeu à Chevron.
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Como se dará esta façanha do PSDBraX?
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Na continuidade da referida sessão do senado, o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL), atropelando a Comissão de Constituição e Justiça e outras comissões, avocou diretamente à pauta do plenário, da semana de 15 a 19 de junho, a discussão e votação da proposta entreguista do PSDB, de autoria de José Serra. Pelo número de apoios ao requerimento para tratar dessa questão, não será surpresa que José Serra, Delcídio Amaral, Renan Calheiros e tantos outros “defensores do interesse nacional …” aprovem a proposta do PSDB.
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Como se sabe, o senador Renan Calheiros é investigado por suspeita de ter recebido propina do esquema de corrupção da Petrobras. Por este motivo, deveria ser mais discreto e não se utilizar das prerrogativas de presidente do Senado para patrocinar o entreguista José Serra, na sua promessa a agentes estrangeiros para subtrair mais riquezas do Brasil. Infelizmente, agindo como agiu, em sessão do senado e contra a Petrobras, Renan Calheiros só faz aumentar a sua suspeição.
Prosseguindo Renan Calheiros no seu comportamento suspeito, e aprovada no Senado a proposta de José Serra, na semana seguinte, de 22 a 26 de junho, alguém duvida que a Câmara dos Deputados, sob a batuta a jato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aprovará e embrulhará o presente para a Chevron? Ainda mais quando o deputado Eduardo Cunha, também investigado por suspeita de ter recebido propina do esquema de corrupção da Petrobras, poderá até dizer, na habitual cara de pau, que apenas está seguindo Renan Calheiros.
Na semana seguinte, em 29 e 30 de junho, a presidente Dilma estará visitando os Estados Unidos, para tratar de questões comerciais, culturais e de outras naturezas, supostamente recíprocas e para o bem de ambos os países.
Não é difícil imaginar o nível de constrangimento, pressão e chantagem, a que a presidente e o seu governo estarão submetidos nos próximos dias, pelos que querem entregar o pré-sal brasileira às petroleiras estrangeiras.
Fica a pergunta: a presidente Dilma se recusará a entregar a Obama o presentão do Congresso dito brasileiro à Chevron & Cia?
Francisco de Assis é engenheiro
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