sexta-feira, 14 de março de 2008

Ano Novo, jornalismo novo?

Para quem lê a Veja, o editorial do Roberto Civitta deixa a seguinte dúvida: a Veja mudou e pretende em 2008, ser a Veja dos tempos do Mino Carta e outros sérios jornalistas que passaram por lá, ou tudo é jogo- de- cena, para tentar recuperar a creditibilidade? Ou o govêrno Lula e o Brasil é outro? O tempo dirá. Por isso vale à pena lêr o artigo abaixo. Abç Dória

Ano Novo, jornalismo novo?

Para um dia 30 de dezembro, a edição da “Folha” está muito boa. Independentemente da qualidade dos artigos, a edição da "Folha", assim como do "Estadão" e da "Veja", mostra a inflexão da mídia em relação a Lula e, principalmente, ao estilo tendencioso de fazer jornalismo.
O resultado desse estilo, pela grande mídia em geral, foi a total perda da credibilidade e da eficácia da crítica.
Depois da “Folha” e, agora, da “Veja” acenar com a “détente” vai ser interessante acompanhar o movimento pendular de alguns comentaristas.
Resta saber qual será o passo seguinte: se aprofundar a crítica não-tendenciosa (fundamental para aprimorar um governo cheio de defeitos e fragilidades), e voltar a fazer jornalismo, ou apenas jogo-de-cena para a próxima guerra santa ou ainda, se curvar à nova onda da opinião pública, e deixar de lado o viés crítico necessário.
Como a auto-crítica não é matéria prima abundante, não se espere uma avaliação isenta (ainda que interna) dos jornais sobre os profundos erros que comprometeram a imagem da mídia junto aos segmentos mais esclarecidos da população.
Não se espere que o “Globo” avalie como o estilo Ali Kamel jogou fora anos e anos de trabalho de Evandro Carlos de Andrade, para recuperar a credibilidade jornalística das organizações Globo. Ou a Abril se dê conta de como a indicação de diretores inescrupulosos e jornalisticamente desaparelhados para a Veja, assim como essa decisão inédita – para um órgão de grande imprensa – de contratar êmulos de Giba Um para fazer o trabalho sujo nos blogs, afetou profundamente a imagem da revista. Ou caia a ficha da “Folha” de como jogou fora todo um ativo de leitores de centro-esquerda, que levou décadas para ser formado.
Vamos ter jornalismo, daqui para frente? Lá sei eu. Em todo caso, ano novo, vida nova. E que se crie um jornalismo à altura dos desafios do Brasil.


enviada por Luis Nassif

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