O jornalista Luis Nassif continua
03/08 20:16
O método Veja de jornalismo
Desde os anos 80, cada vez mais Veja se especializaria em “construir” matérias que assumiam vida quase independente dos fatos que deveriam respaldá-las. Definia-se previamente como “seria” a matéria. Cabia aos repórteres apenas buscar declarações que ajudassem a colocar aquele monte de suposições em pé.
O que era um estilo criticável, com o tempo, acabou tornando-se uma compulsão, como se a revista não mais precisasse dos fatos para compor suas reportagens. Ela se tornou uma ficção ampla, característica conhecida de qualquer jornalista iniciante.
Ainda nos anos 80, o caso mais célebre foi o do “boimate” – criação de Eurípedes Alcântara, já mencionado em outro capítulo.
Mas, à medida que se entrava na era Tales Alvarenga-Eurípedes-Sabino, final dos anos 90 em diante, esse estilo ficcional passou a arrostar os limites da verossimilhança.
O primeiro filtro sobre uma matéria é avaliar se os fatos relatados são verossímeis. Se passar nesse teste básico, é que se irá conferir se, mesmo sendo verossímeis, também são verdadeiros.
Com o tempo, gradativamente o jornalismo de Veja deixou de passar sequer por esse filtro básico. Tornou-se cada vez maior a quantidade de matérias absurdas, sem nexo, sem conhecimento básico sobre economia, finanças, valores, relações de causalidade. E sobre jornalismo, enfim.
Leia o capítulo "O Método de Jornalismo da Veja" aqui no Blog, ou no Googlepages.
enviada por Luis Nassif
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