Será que para o Banco Central o Brasil não pode crescer mais?
Quanta falta de criatividade do BC. Ou seria incompetência e má fé? Será que para seus diretores a única maneira de combater a inflação é determinar o aumento da taxa básica de juros (SELIC)? Será que é justo beneficiar apenas os investidores nacionais e estrangeiros, e prejudicar os demais setores da sociedade, principalmente o produtivo? Será que o nosso país que necessita crescer no mínimo 5% aa, para termos um crescimento comparável ao dos países asiáticos, tem que ficar subordinado à “ditadura do PIB potencial”, que significa que qualquer taxa de aumento deste indicador, superior a 5% significa mais inflação? Isto num país que a cada novo ano, mais de 2 milhões de brasileiros ingressam no mercado de trabalho. Será que o BC não se contenta com os aumentos recentemente fixados do IOF, da CSLL e do compulsório sobre operações de “leasing”?
Na minha modesta opinião, o Banco Central não está atuando corretamente em focar os juros apenas nos índices de inflação. Teria que se preocupar com outros indicadores que estão num momento muito favorável.
O PIB cresceu 5,4%; os investimentos dobraram; o nível dos estoques da indústria está em 46,8%, o qual é bastante satisfatório; o consumo familiar subiu 5,9% mas ainda existe uma demanda reprimida, etc.
O que é preciso é incentivar os investimentos e o PAC está aí para isso, o que trará como consequência, a redução dos gargalos que dificultam o nosso crescimento. Enfim, adotar políticas que mantenham a economia, o emprego e a renda em elevação.
A recente divulgação da “Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação”, efetuado pelo IBRE/FGV, apresentou dados bem otimistas. Revela que as indústrias, em 2008, vão elevar a capacidade instalada em 11% em média, objetivando alcançar 22% em 2010. A meta é aumentar a taxa global de investimento que hoje é de 17% do PIB para 21%.
Os arautos do mercado já estão propondo, para enfrentar a crise financeira americana, o aumento da taxa de juros básica. Se o BC o fizer, o real vai continuar se valorizando, retraindo o crescimento do PIB, devido, entre outras coisas, à elevação do custo do dinheiro e, aumentando o valor da dívida interna, que hoje está em R$ 1,2 trilhão.
Além disso, com os juros reais negativos nos Estados Unidos, continuará a corrida dos investidores para fazer aplicações em nosso país. Também vão aumentar as operações de “carry-trade”, nas quais uma empresa pega um empréstimo no mercado americano e aplica no Brasil à taxas reais em torno de 6,7% aa.
Segundo relatório liberado pelo Banco Central, estamos caminhando para o primeiro déficit no balanço de transações correntes dos últimos 5 anos, influenciado pela redução do saldo da balança comercial que nos últimos 8 anos foi positivo, e pela remessa de lucros e dividendos.
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