O Ministro Nélson Jobim é um grande homem.
Grande, grande mesmo. Deve medir mais de 1,90 m.
Mas mesmo isso é pouco para que dentro dele caibam toda a sua vaidade, seu ego, sua arrogância e sua deselegância.
O Ministro é um homem inteligente demais para saber que sua fala no beijja-mão com que se comemorou os 80 anos de Fernando Henrique – que, como se sabe, está fazendo anivesário há duas semanas, porque sua vaidade também não cabe num dia só – não fosse ser vista como aquilo que realmente é: um ataque ao Governo e à própria Presidenta Dilma.
Transcrevo a matéria da Folha:
“(Nélson Jobim) Começou dizendo que faria um “monólogo” dedicado a FHC –de quem foi ministro da Justiça e que o indicou para o Supremo Tribunal Federal–, e que deixaria “vazios” que o tucano iria “compreender perfeitamente”.
Jobim elogiou o estilo conciliador do ex-presidente. “Nunca o presidente levantou a voz para ninguém. Nunca criou tensionamento entre aqueles que te assessoravam”, disse. A referência foi interpretada como uma alusão ao estilo duro de Dilma com seus auxiliares.
“Se estou aqui, foi por tua causa”, afirmou, sem mencionar Lula nem Dilma.
Disse que, quando presidente, FHC construiu “um processo político de tolerância, compreensão e criação”.
“E nós precisamos ter presente, Fernando, que os tempos mudaram.” E citou Nelson Rodrigues: “Ele dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento”.
Realmente, o Ministro Jobim será para sempre lembrado. Senão por sua obra jurídica – a mais importante delas ter enxertado clandestinamente dois artigos na Constituição brasileira inventando o “Poder Jobinstuinte” - por sua semelhança com o sino que sua turma no Direito da UFRGS orgulha-se de ter surrupiado à Faculdade e que lhes serve de símbolo.
É barulhento e ôco.
Fonte: Blog Tijolaço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário