Milhares de indignados tomam as ruas do centro de Madrid nesta 4º feira e ocupam a praça do Sol em protesto contra gastos públicos para a visita do Papa Bento XVI, que chega nesta 5º feira à capital espanhola. 'Mais educação, menos religião'; 'Menos crucifixo, mais trabalho fixo', dizem alguns dos cartazes na Praça do Sol. Tradicional reduto dos 'indignados', o local foi interditado recentemente como preparativo para a recepção ao Papa, que participa na Espanha da Jornada Mundial da Juventude. O país tem o maior índice de desemprego do euro, 20%. Entre os jovens a taxa é dramaticamente superior: chega a 45%, no caso da Andaluzia, por exemplo. A crise atingiu em cheio a economia espanhola cujo crescimento mimetizou a bolha imobiliária norte-americana. O governo Zapatero mimetizou igualmente a terapia ortodoxa de cortes de gastos para atender à pressão dos mercados. Fundos e bancos ameaçam não financiar mais a dívida pública, exigindo juros cada vez mais elevados. Zapatero antecipou para novembro as eleições a sua sucessão. Rubalcaba, o candidato dos socialistas, adotou um discurso à esquerda na tentativa de reconquistar o eleitor tradicional do partido. Mas as pesquisas indicam que a direita está em vantagem na corrida eleitoral. Manifestantes laicos pró-emprego e cristão pró-Papa trocaram insultos na Porta do Sol, antecipando o clima das urnas em novembro.
Fonte: Agência Carta Maior
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