Dilma dá xeque-mate em Sarney e Temer, ao mesmo tempo. Temer terá coragem de demitir Novais, protegido de Sarney?
Carlos Newton
Diante do racha na bancada do PMDB da Câmara, a presidente Dilma Rousseff teve uma ideia interessante. Embora possa ser acusada de omissão, ela decidiu delegar ao vice-presidente Michel Temer a decisão de demitir ou manter o ministro do Turismo, Pedro Novais, amigo e compadre de José Sarney, que teve a insensatez de indicá-lo para o importante cargo, mas agora nega tê-lo feito.
A decisão da presidente foi tomada após o Palácio do Planalto receber uma solicitação de 35 deputados peemedebistas – incluindo a vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas, do Espírito Santo – pedindo a mudança no ministro do Turismo.
“Pedro Novais precisa sair. Ele tem história nessa Casa, não quero desmerecer. Mas, se eu vou trabalhar e sei que a pessoa tem problema, não aceito. Era para ele (Novais) ter feito a limpa de entrada. Eu fui uma das que falaram que era um absurdo a permanência do Fred – disse Rose, referindo-se ao ex-secretário-executivo do ministério Frederico Costa, preso na Operação Voucher e que se demitiu semana passada.
Os rebelados dizem que Novais tem servido só aos interesses do líder da bancada, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e a um pequeno grupo do partido. Exigem também a retirada da indicação de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a relatoria da comissão sobre mudanças do Código de Processo Civil, criando uma crise realmente grave na bancada e na própria base aliada.
Com essa jogada, Dilma Rousseff passou a bola adiante e poderá garantir a substituição do ministro, sem se desgastar com a cúpula do partido. Para tentar acalmar o chamado Grupo dos 35. Temer recebeu segunda-feira à noite onze dos deputados rebelados do PMDB. Hoje, oferece um jantar para Dilma no Palácio do Jaburu, com representantes das facções peemedebistas.
De uma forma ou de outra, a batata de Novais está assando, e até passando do ponto. Já dá até para sentir o cheiro de queimado.
Fonte: Tribuna da Internet.
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