Marta conversa com Lula e Dilma para conter isolamento, dizem dirigentes do PT.
Marta conversou com Dilma em Brasília e falará com Lula, em São Paulo
Marina Dias
De olho na candidatura do PT à Prefeitura de São Paulo, dirigentes do partido na capital paulista acreditam que a senadora Marta Suplicy buscou quebrar o isolamento político durante sua conversa com a presidente Dilma Rousseff esta semana. E mais: para eles, Marta terá que se explicar a Lula na próxima segunda-feira (22) sobre as declarações consideradas "um enfrentamento ao ex-presidente" que, assim como Dilma, dá preferência ao ministro da Educação, Fernando Haddad, para a corrida de 2012.
Em diversas entrevistas, a senadora disse que é a "candidata natural" do PT, que o ex-presidente "não é maior que a conjuntura do partido" e que, caso Haddad seja o nome escolhido, será "para perder" a eleição. "Marta precisa fazer média, se explicar para Lula e Dilma sobre as declarações ásperas que tem dado por aí e dizer que quer concorrer em 2012. Lula não vai proibi-la, mas brigar com ele é suicídio", avaliou um dirigente do PT.
A senadora participa de conversas importantes na tentativa de convencer caciques de seu partido de que é a melhor opção para as eleições do próximo ano. No início da noite de quarta-feira (17), Marta foi chamada pela presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto para uma conversa privada e, na manhã da quinta-feira (18), as duas seguiram as discussões sobre 2012 durante o voo de Brasília para São Paulo, onde participaram de um evento no Palácio dos Bandeirantes. Na próxima segunda-feira (22), será a vez de o ex-presidente Lula receber a senadora, em reunião na capital paulista.
Ainda de acordo com integrantes da direção do PT, a senadora quer - e precisa - se manter na disputa. Isso porque, segundo eles, Marta tem o apoio de grande parte da militância, mostra bons resultados nas pesquisas (ainda que não considerem o segundo turno) e acredita que, caso Haddad não decole ou não conquiste as lideranças petistas na cidade, será ela a alternativa de Lula.
Com mais calma
Depois de bater insistentemente na tecla das prévias internas - em que votam os filiados ao partido há mais de um ano - e criticar o apoio de Lula a Fernando Haddad, Marta foi orientada por assessores a ter mais cautela em suas declarações.
Além de Marta e Haddad, outros três petistas são pré-candidatos. O senador Eduardo Suplicy e os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zarattini. Sobre as articulações da senadora junto a Lula e Dilma, Tatto prefere não se manifestar e não considera a possibilidade de desistir da disputa em favor da senadora, de quem foi secretário na época em que ela era prefeita de São Paulo. "Não vou opinar sobre a movimentação da Marta dentro do partido. O que sei é que vou para o segundo turno para a preferência do PT. Se ela for até o fim, vou competir com ela. Se for com Haddad, quero o apoio dela", afirmou o deputado.
Terra Magazine tentou contato com a senadora Marta Suplicy nesta sexta-feira (19) mas, até o fechamento da reportagem, não obteve resposta
Fonte: Terra Magazine.
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