Por Assis Ribeiro
Do Globo Esporte
Criada por Carlinhos Brown, caxirola promete ser a vuvuzela da Copa 2014
Músico baiano batiza novo instrumento sonhando com barulho que a torcida fará nos estádios brasileiros. Inspiração é em chocalho de origem africana
Por André Casado
Rio de Janeiro
O destaque conquistado pela vuvuzela na África do Sul se tornou o objetivo de Carlinhos Brown para 2014. O músico baiano criou e batizou a caxirola, instrumento tipo chocalho, inspirado no caxixi, também de origem africana. Ele espera "unir música e futebol, tornando o evento uma experiência inesquecível", como, para Brown, o Mundial passado alcançou e ficou marcado.
O lançamento do projeto do objeto ocorreu no fim da semana passada, e ajustes foram feitos na última segunda-feira. A bolinha passará a servir de base, e as ideias de modelos - menores e maiores - e cores já são diversas. Deve-se se segurar pelas alças e chacoalhá-lo para se obter o som agudo desejado. Para quem não se lembra, a vuvuzela é mais grave, com o estilo de uma corneta comum.
- A vuvuzela mostrou uma forma extraordinária de zelar pelas tradições e fazer mais visível a união do futebol com a música. Tornou a Copa do Mundo africana uma experiência inesquecível e deixou a sugestão de que podemos utilizar da tradição e dos nossos instrumentos para aumentar o eco da voz de nosso povo. A caxirola vem como a filha mais nova da vuvuzela, mas com o formato, design e sonoridade diferentes - disse Brown.
Ainda não há previsão para comercialização da caxirola, mas a expectativa é atrair os turistas com a novidade. Apesar da relação com a África, o original caxixi é o instrumento usado no toque do berimbau na capoeira, arte mundialmente difundida com o nome do Brasil.
- O designer é todo novo, com material reciclado. Meu desejo é fazer com plástico verde para promover, nos estádios, a energia limpa que sai num grito de gol. Para isso, tenho algumas ideias... Vale coreografias, vale músicas, vale caxirolar - animou-se o compositor, que está em estúdio ensaiando para shows na Bahia e em São Paulo nas próximas semanas.
- Tenho certeza de que esse é um instrumento importante para a economia criativa pelo seu poder de popularização. E traz também o chiado de que podemos ganhar a Copa e ganhar com a Copa. Pé na bola, mão no couro é o lema. Com a caxirola, poderemos repercutir no estádio até o som das águas - avisou.
Vale lembrar, no entanto, que em muitos locais, até mesmo em estabelecimentos do país-sede da Copa, a vuvuzela foi proibida, devido a certa rejeição por conta de seu som estridente.
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