Por Nilson
Do Terra
Roger Pereira
Direto de Curitiba
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, negou, na quarta-feira, ver crise nos ministérios do governo Dilma Rousseff. Em visita a Curitiba, ele disse que o que está ocorrendo é uma mudança de mentalidade nos governos e na sociedade, que não estão mais tolerando a corrupção. Envolvido em denúncias, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), pediu demissão na quarta-feira e se tornou o quarto ministro da gestão Dilma a deixar o governo em menos de três meses.
Campos esteve na capital paranaense para a inaugaração de uma creche que leva o nome de seu avô Miguel Arraes e também participou do encontro estadual do partido que lançou, entre outros nomes, o de Luciano Ducci (PSB) como pré-candidato à reeleição para a prefeitura da capital.
"O que se chama crise, eu não vejo (como) crise. Nós construímos a democracia, os órgãos de controle, a imprensa livre neste país exatamente para que se pudesse extirpar da vida pública práticas ilícitas, que afrontam as questões éticas, que usurpam o dinheiro público. Isso está sendo visto mais hoje porque está sendo mais combatido pela sociedade, pelos órgãos de controle e pelos governos", disse. "Nem governo nem oposição tem o monopólio da ética. Para enfrentar esse momento, o governo tem apenas que abrir maior diálogo com o Congresso, com a base política, com os governadores", emendou.
Apesar da cobrança de mais diálogo, Campos disse entender o momento mais "introspectivo" do início de mandato de Dilma. "Temos clareza que esse primeiro tempo foi um tempo para dentro, necessário para qualquer gestão, para afinar equipe e definir os principais projetos", disse. "Agora, chegou a hora de a presidente dialogar com os prefeitos, os governadores e sua base no Congresso. Tomar conhecimento de suas pautas. Acho que a tendência é que haja um tempo mais de política até dezembro, que vai lubrificar esse diálogo. Ela mesma está interessada em fazer pessoalmente isso, foi o que deixou claro numa belíssima conversa tivemos ontem (terça-feira)."
Campos garantiu que levantou para Dilma as dificuldades dos Estados. "Estamos vivendo um momento de muita incerteza fiscal, com a revisão do Fundo de Participação dos Estados, a queda de 15 leis de incentivos fiscais, a pauta dos royalties, da emenda 29 (gastos com saúde), da PEC 300 (salário dos policiais). Tudo isso no momento de prepararmos nosso plano plurianual. Se as receitas estão com tantas interrogações, como vamos planejar nosso orçamento?", questionou.
Segundo o governador pernambucano, Dilma saiu da reunião de terça-feira com algumas soluções para alargar a capacidade de investimento dos Estados e municípios, como novas modalidades de financiamento e a redução da taxa de juros da dívida cobrada dos entes federados, "hoje seis ou sete pontos acima da Selic". "Ficou claro que a União precisa se aproximar dos estados e municípios, e não é só a parceria do PAC, os Estados têm seus projetos", concluiu.
Ducci se candidata com apoio do PSDB
Campos participou de encontro estadual do PSB que serviu, ainda que extraoficialmente, para o lançamento da pré-candidatura de Luciano Ducci (PSB) à reeleição como prefeito da capital paranaense, o que foi consolidado com o apoio do PSDB, do governador Beto Richa, que acompanhou toda a passagem do colega pernambucano por Curitiba.
"A aliança que nós temos aqui no Paraná é uma aliança que tem história, e uma história de muito êxito, que tem sido boa para a população de Curitiba e tenho certeza que será, também, para o Paraná. Temos visto o partido crescer com substância. Vamos fazer uma bela disputa juntos aqui em Curitiba e em importantes cidades do interior", disse Campos.
Especial para Terra
Fonte: Blog do Luis Nassif
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