Brasil 24/7
247 – Num intervalo de tempo não superior a 48 horas, os ex-presidentes Fernando Henrique e Lula mostraram o quanto são díspares a visão de um e outro na apresentação do Brasil a investidores estrangeiros.
O primeiro a falar foi Lula, na quarta-feira 22, num seminário sobre as relações entre o Brasil e a África, organizado pelo jornal Valor Econômico.
- Não cobrarei um centavo de ninguém para defender empresas brasileiras em qualquer lugar do mundo, disse ele, que ia sendo acusado, em reportagens do jornal Folha de S. Paulo, de receber cachês pela feitura de lobbies para empreiteiras como a Odebrecht.
Segundo o Instituto Lula, o ex-presidente recebe apenas para realizar palestras, e não ganha dinheiro de companhias que cita em seus discursos e entrevistas.
É consenso que Lula, quando está ou se dirige ao público do exterior, vira um propagandista do Brasil e, claro, de seu governo.
- Até 2020, o futuro do Brasil é o do crescimento do emprego e das conquistas da sociedade brasileira, garantiu ele, no ano passado, em Berlim, falando a sindicalistas alemães.
Nos Estados Unidos, em outubro de 2011, deu outra parte de seu recado:
- A combinação de uma agenda de inclusão social com um período de forte crescimento econômico, impulsionado pelos investimentos públicos e privados, contribuiu para gerar 16,5 milhões de empregos formais de 2003 até junho deste ano, disse.
No 5º Fórum Ministerial de Desenvolvimento, diante de representantes da América Latina e da África, em Brasilia, Lula voltou a fazer um resumo bastante positivo da economia brasileira:
- Aumentaram os investimentos e os empregos na indústria e no comércio. O Brasil conseguiu um crescimento sustentado pela ascensão de populações antes marginalizadas do mercado consumidor.
Mais do que uma diferença de estilo, é mesmo uma interpretação do Brasil que leva o ex-presidente Fernando Henrique a ter, diante do público estrangeiro, uma postura diversa:
- Houve uma espécie de confiança demasiada em que o impulso que tinha sido dado pela estabilidade e pelo mundo (...) tinha sido suficiente para assegurar o bem-estar 'ad aeternum'", avaliou FHC, nesta sexta-feira 24, no seleto Reuters Latin American Investment Summit, em São Paulo.
Se ficou no ar alguma dúvida a respeito se isso foi uma crítica, em Doha, em maio do ano passado, em seminário patrocinado pelo banco Itaú, o ex-presidente foi direto em sua opinião em relação a um dos aspectos do quadro nacional:
- A corrupção cresceu em relação ao meu governo, descreveu aos potenciais investidores.
Na China, no mesmo período, FHC alfinetou a política do Banco Cetral de reduzir a taxa Selic:
- Baixar a taxa de juros é importante, mas tem de se olhar as consequências, alertou. Por fim, resumiu à platéia do outro lado do mundo:
- Não se pode crescer a qualquer preço.
Em novembro de 2012, falando de São Paulo a convidados do banco J.P. Morgan, FHC outra vez criticou o momento do País:
- O Brasil está pagando o preço por não ter dado continuidade aos avanços implementados.
Ambos os ex-presidentes são, com certeza sinceros em seus discursos a plateias estrangeiras de potenciais investidores. Mas, colocando-se no lugar dos ouvintes, seria FHC ou Lula quem mais estimularia você a aplicar dinheiro e fazer negócios dentro dentro do Brasil?
Ex-presidentes têm discursos diametralmente diferentes diante de plateias formadas por autoridades estrangeiras e potenciais investidores; na China, ano passado, Fernando Henrique lembrou que "a corrupção aumentou em relação ao meu governo"; na Alemanha, também em 2012, Lula garantiu que "até 2020 o futuro do Brasil é de crescimento do emprego e de conquistas da sociedade"; nesta semana, ambos voltaram a expor visões totalmente distintas do País; qual delas é mais efetiva para atrair investimentos?
247 – Num intervalo de tempo não superior a 48 horas, os ex-presidentes Fernando Henrique e Lula mostraram o quanto são díspares a visão de um e outro na apresentação do Brasil a investidores estrangeiros.
O primeiro a falar foi Lula, na quarta-feira 22, num seminário sobre as relações entre o Brasil e a África, organizado pelo jornal Valor Econômico.
- Não cobrarei um centavo de ninguém para defender empresas brasileiras em qualquer lugar do mundo, disse ele, que ia sendo acusado, em reportagens do jornal Folha de S. Paulo, de receber cachês pela feitura de lobbies para empreiteiras como a Odebrecht.
Segundo o Instituto Lula, o ex-presidente recebe apenas para realizar palestras, e não ganha dinheiro de companhias que cita em seus discursos e entrevistas.
É consenso que Lula, quando está ou se dirige ao público do exterior, vira um propagandista do Brasil e, claro, de seu governo.
- Até 2020, o futuro do Brasil é o do crescimento do emprego e das conquistas da sociedade brasileira, garantiu ele, no ano passado, em Berlim, falando a sindicalistas alemães.
Nos Estados Unidos, em outubro de 2011, deu outra parte de seu recado:
- A combinação de uma agenda de inclusão social com um período de forte crescimento econômico, impulsionado pelos investimentos públicos e privados, contribuiu para gerar 16,5 milhões de empregos formais de 2003 até junho deste ano, disse.
No 5º Fórum Ministerial de Desenvolvimento, diante de representantes da América Latina e da África, em Brasilia, Lula voltou a fazer um resumo bastante positivo da economia brasileira:
- Aumentaram os investimentos e os empregos na indústria e no comércio. O Brasil conseguiu um crescimento sustentado pela ascensão de populações antes marginalizadas do mercado consumidor.
Mais do que uma diferença de estilo, é mesmo uma interpretação do Brasil que leva o ex-presidente Fernando Henrique a ter, diante do público estrangeiro, uma postura diversa:
- Houve uma espécie de confiança demasiada em que o impulso que tinha sido dado pela estabilidade e pelo mundo (...) tinha sido suficiente para assegurar o bem-estar 'ad aeternum'", avaliou FHC, nesta sexta-feira 24, no seleto Reuters Latin American Investment Summit, em São Paulo.
Se ficou no ar alguma dúvida a respeito se isso foi uma crítica, em Doha, em maio do ano passado, em seminário patrocinado pelo banco Itaú, o ex-presidente foi direto em sua opinião em relação a um dos aspectos do quadro nacional:
- A corrupção cresceu em relação ao meu governo, descreveu aos potenciais investidores.
Na China, no mesmo período, FHC alfinetou a política do Banco Cetral de reduzir a taxa Selic:
- Baixar a taxa de juros é importante, mas tem de se olhar as consequências, alertou. Por fim, resumiu à platéia do outro lado do mundo:
- Não se pode crescer a qualquer preço.
Em novembro de 2012, falando de São Paulo a convidados do banco J.P. Morgan, FHC outra vez criticou o momento do País:
- O Brasil está pagando o preço por não ter dado continuidade aos avanços implementados.
Ambos os ex-presidentes são, com certeza sinceros em seus discursos a plateias estrangeiras de potenciais investidores. Mas, colocando-se no lugar dos ouvintes, seria FHC ou Lula quem mais estimularia você a aplicar dinheiro e fazer negócios dentro dentro do Brasil?
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